“A Minha Terra é Viana” no CC de Viana do Castelo

 “A Minha Terra é Viana” 

A sexta edição do espetáculo “A Minha Terra é Viana”, que decorreu este fim-de-semana (29 de outubro de 2022, pelas 22h), em Viana do Castelo, no seu Centro Cultural, esgotou a bilheteira e deixou todos os presentes com vontade de ficar ainda mais tempo junto dos seus intervenientes.

A Associação de Grupos Folclóricos do Alto Minho (AGFAM) soube escolher, de entre os seus membros, uma equipa organizadora desempoeirada, cooperante, energética, experiente e muito qualificada que, desde a página em branco, até ao final do espetáculo, se mostrou muito profissional.

Estes souberam rodear-se de gente igualmente talentosa tanto dos próprios grupos, a grande maioria, como grandes nomes da música portuguesa.

O espetáculo foi muito belo e emotivo e os intervenientes não conseguiram esconder a sua alegria em participar, apesar das muitas horas de ensaios e do peso da responsabilidade.

Como o cartaz das designers Helena Morais Soares e Sara Costa já fazia adivinhar, o tema do espetáculo foi o Mar.

Logo à entrada, os espetadores puderam apreciar uma composição original de João Gigante (PHOLE) que os remetia para um ambiente marítimo.

Início do espetáculo com Ó que linda beira-mar

A exibição abriu com Filipa Barreiros, cantando “Ó que linda beira-mar”.

Depois, seguiu-se a representação da apanha do sargaço em Castelo do Neiva e Anha enquanto o texto de Rúben A. (1920 – 1975) “As Cortas do Sargaço”, publicado em 1946 in “Páginas Minhotas”, era dito por José Escaleira (autor de vários guiões de anteriores edições).

Os 170 bailarinos dos 20 grupos participantes dançaram quatro temas, dois com coreografia própria de cada freguesia:

– Tirana e Rosinha

e dois com a mesma coreografia:

– Chula de Roda e Ritinha.

Tiago Fernandes, ator do Centro Dramático de Viana, ficou encarregue de dizer o poema “A ti regresso, mar” de José Saramago (1922 – 2010) sob a cama musical da música tradicional “Farol de Montedor”, um arranjo dos próprios Contraponto, que também participaram nesta exibição.

Seguiu-se a interpretação da canção “D’onde Vens Maria” com as Cantadeiras do Vale do Neiva, o PHOLE e Daniel Pereira Cristo, que iniciou com uma criação musical composta por João Gigante (PHOLE).

Depois, foi a vez de um momento de percussão do Grupo de Bombos da Associação Cultural e Recreativa de Deocriste que se juntaram a todos os restantes músicos para acompanhar Daniel Pereira Cristo em “Malhão Belho”.

Posteriormente, o poema “Viana” de Francisco Sampaio (1937-2021), dito por Marisa Cambão, antecedeu os momentos de grande celebração do Vira, enquanto dança de excelência da região.

O espetáculo terminou, de forma formal, com a canção composta por Daniel Pereira Cristo “Sou da Terra do Vira”, que juntou todos os seus intervenientes.

Mas o certame só terminou verdadeiramente quando se fez a grande festa com o público, que foi convidado a descer ao “terreiro”, sendo também interveniente no espetáculo ao som de uma rapsódia.

Daniel Cruz dirigiu orquestras e cantores

Todos estes momentos foram acompanhados por uma grande orquestra, coordenada por Daniel Cruz.

A mesma era constituída por cerca de 200 músicos e cantores dos 20 grupos, acompanhados por uma pequena orquestra, também composta por instrumentistas dos grupos.

Daniel  Cruz foi, também o autor dos arranjos musicais de várias músicas tradicionais apresentadas, como “A Tirana”, ou “A Minha Terra é Viana”.

Recorde-se que, no pré-pandemia, este espetáculo tinha realização bianual intercalando com o “Encontro de Culturas” também da responsabilidade da AGFAM.

A presente exibição teve coorganização da AGFAM e da Câmara Municipal de Viana do Castelo e o apoio do INATEL.

A Direção da AGFAM (texto editado)