Rota da Transumância na Serra da Estrela – Seia
Rota da Transumância na Serra da Estrela
A Rota da Transumância na Serra da Estrela é uma prática ancestral de deslocação sazonal de pastores e rebanhos para a Serra da Estrela, em que os ovinos e alguns caprinos ornamentados com chocalhos, fitas, “peras e cabeçadas” feitas de lãs coloridas de ovelha se reuniam e partiam juntos, em busca de pastagens mais verdes e frescas situadas a maior altitude.
Esta manifestação rural foi praticada por gerações de pastores no território entre o sopé da Serra da Estrela, suas encostas e terras altas.
Esgotados os pastos do planalto e ocupadas as terras com cultivos, era altura de mover os rebanhos para o cimo da Serra.
Terminado o verão e arrefecendo as montanhas, os rebanhos retornavam às mais amenas terras de origem.
Após as primeiras chuvas e libertados os campos dos cultivos, aí o gado engordava e se reproduzia.
Para ler: A transumância ainda se pratica em algumas regiões de Portugal
“Festa da Transumância e dos Pastores”
A “Festa da Transumância e dos Pastores” é um evento criado no ano de 2013 por várias entidades do Município de Seia, com vista a recuperar e permitir vivenciar o momento da subida sazonal à serra.
Assim, em junho, os rebanhos devidamente ornamentados por ocasião da festa de São João (24 de junho), rodam em torno da capela de São João Batista, na Folgosa da Madalena, onde recebem uma bênção.
Num segundo momento, passados oito a quinze dias do ritual anterior, os animais e os pastores fazem o percurso da subida às pastagens, atravessando a zona histórica da cidade de Seia em direção ao Sabugueiro, povoação com forte tradição pastorícia, situada à mais elevada altitude em Portugal.
Depois de um dia intenso, com paragens para degustação de pratos inspirados nas tradições pastoris, a chamada Merenda do Alforge, e para descanso dos animais, alguns rebanhos permanecem nas pastagens de altitude até ao dia de São Miguel, 29 de setembro.
Este tributo à arte pastoril contribui para a preservação, valorização e divulgação da cultura local e promove o território e a tradição da região possibilitando experienciar, por um dia, a vida do pastoreio.
O evento é acompanhado por muitos residentes e visitantes. 1
1 “Saber ser – saber fazer – O património cultural imaterial da região centro”