Viola Amarantina: um tesouro musical do norte de Portugal
A viola amarantina é um instrumento musical tradicional português que faz parte da família das violas de arame.
Esta viola, também conhecida como viola de dois corações, é característica da região de Amarante, no norte de Portugal, e possui uma história rica e uma estética distinta que a diferencia de outras violas portuguesas.
Características da Viola Amarantina
A viola amarantina é facilmente reconhecida pelas duas aberturas em forma de coração no tampo, o que lhe confere o nome popular de “viola de dois corações“. Este design é único e carrega um forte simbolismo, muitas vezes associado ao amor e à paixão.
Além dos corações, a viola apresenta um corpo elegante com uma cintura estreita, o que contribui para o seu som distinto e melodioso.
Este instrumento possui geralmente dez cordas de aço, dispostas em cinco ordens duplas, afinadas de várias formas, dependendo da tradição regional ou da preferência do tocador.
A construção da viola amarantina envolve o uso de madeiras nobres, como o pinho, a nogueira e o jacarandá, que são selecionadas não apenas pela sua durabilidade, mas também pela qualidade sonora que proporcionam.
Regiões onde é mais utilizada
Como o nome sugere, a viola amarantina tem as suas raízes em Amarante, uma cidade situada na região do Tâmega e Sousa, no distrito do Porto.
Esta região é conhecida pela sua rica tradição musical e cultural, e a viola amarantina desempenha um papel central nas festividades locais, sendo muitas vezes utilizada em grupos de música tradicional e em tocatas de rua.
Apesar da sua forte ligação a Amarante, a viola amarantina também se faz presente noutras regiões do norte de Portugal.
Pode ser encontrada em festivais de música tradicional e em encontros de tocadores, onde músicos de diferentes localidades partilham e celebram as tradições musicais portuguesas.
Informações e curiosidades
A história da viola amarantina remonta ao século XVIII, sendo que a sua construção e utilização foram transmitidas ao longo das gerações, mantendo-se como um símbolo importante da cultura de Amarante.
Antigamente, a construção de uma viola amarantina era um processo artesanal passado de pai para filho, com os mestres luthiers da região a guardarem segredos e técnicas específicas para garantir a qualidade e a autenticidade dos instrumentos.
Uma curiosidade interessante é que a viola amarantina não é apenas um instrumento musical, mas também um objeto de arte.
Muitas violas são ricamente decoradas com motivos florais e geométricos, e algumas possuem incrustações em madrepérola ou outros materiais preciosos.
Estas decorações não só embelezam o instrumento, mas também refletem a habilidade e a criatividade dos artesãos que as produzem.
A viola amarantina é usada em vários contextos musicais, desde a música tradicional e folclórica até a música contemporânea.
Muitos músicos portugueses modernos têm explorado as potencialidades deste instrumento, incorporando-o em géneros diversos como o fado, a música popular e até mesmo o rock.
Esta versatilidade tem ajudado a manter a relevância da viola amarantina nas novas gerações, que a redescobrem e reinterpretam de maneiras inovadoras.
Outro aspeto interessante da viola amarantina é a sua presença em eventos culturais e turísticos.
Amarante e outras cidades do norte de Portugal organizam frequentemente festivais e encontros de música tradicional, onde a viola amarantina é protagonista.
Estes eventos não só celebram a música, mas também promovem a cultura local e atraem visitantes interessados em conhecer a riqueza das tradições portuguesas.
O que dizem os tocadores sobre a viola amarantina
Aqui estão algumas afirmações de tocadores sobre a viola amarantina, refletindo a sua apreciação e amor pelo instrumento:
Sobre a sonoridade única: “A viola amarantina tem um timbre inconfundível que ressoa profundamente no coração. É como se cada nota contasse uma história.”
Sobre o simbolismo cultural: “Tocar a viola amarantina é como manter viva uma parte da nossa herança cultural. As duas aberturas em forma de coração lembram-nos do amor e da paixão que investimos na nossa música.”
Sobre a estética e artesanato: “Cada viola amarantina é uma obra de arte. As decorações meticulosas e as madeiras escolhidas com tanto cuidado fazem dela não apenas um instrumento, mas um objeto de beleza.”
Sobre a versatilidade: “Apesar das suas raízes tradicionais, a viola amarantina adapta-se surpreendentemente bem a diferentes géneros musicais. É incrível como pode integrar-se no fado, na música popular e até em algumas vertentes modernas.”
Sobre a conexão com as tradições: “Quando toco a viola amarantina, sinto-me conectado às gerações que vieram antes de mim. É uma sensação de continuidade, de estar a fazer parte de algo maior.”
Sobre a comunidade e a partilha: “Os encontros de tocadores de viola amarantina são momentos especiais. Há uma camaradagem que se forma quando partilhamos a nossa paixão por este instrumento único.”
Sobre a emoção na música: “A viola amarantina permite expressar emoções de uma forma que nenhum outro instrumento consegue. Há uma profundidade e uma alma no seu som que toca quem a ouve.”
Sobre o valor sentimental: “A minha viola amarantina foi feita pelo meu avô. Cada vez que a toco, sinto a presença dele e a continuidade da nossa tradição familiar.”
Estas afirmações mostram o profundo respeito e a paixão que os tocadores têm pela viola amarantina, sublinhando tanto a sua importância cultural como a sua beleza musical.
Conclusão
Em resumo, a viola amarantina é um tesouro cultural de Portugal, com uma sonoridade única e uma estética inconfundível.
A sua ligação à região de Amarante [Douro Litoral], as suas características distintivas e a sua história rica tornam-na um símbolo importante da identidade cultural portuguesa.
Ao longo dos séculos, este instrumento tem encantado gerações de músicos e ouvintes, e continua a ser uma parte vital do património musical de Portugal.
Nota: Se considera que neste texto alguma coisa está errada, ou se quiser complementar alguma informação, agradecemos que nos informe.