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“Rui Fernandes Quarteto” e a Viola Amarantina

O projeto “Rui Fernandes Quarteto” é único no mundo porque tem como instrumento principal a viola amarantina.

Chamar a atenção para sua riqueza tímbrica ou mostrar que este instrumento tem muito mais para dar do que ficar “colada” à música tradicional são objetivos e motores deste projeto.

O quarteto apresentou-se pela primeira vez em outubro de 2021, no Teatro de Vila Real, para divulgar as músicas que resultaram, em 2022, na edição de um CD chamado justamente “A Viola Amarantina”.

A surpresa e interesse que esta sonoridade suscitou, levou a que fosse pensada para 2024 uma digressão para espalhar o som desta viola portuguesa.

O quarteto trabalha na edição do segundo trabalho e prevê para 2025 mais uma digressão.

Rui Fernandes começou, em 2018, a explorar, na Viola Amarantina, os timbres, técnicas, acordes e arpejos, trabalho que resultou em 11 composições originais.

Deu-se conta então que tinha acabado de criar um novo reportório para este instrumento musical e que tinha aberto portas para uma nova abordagem, contribuindo para que a Viola Amarantina, possa ser reconhecida como instrumento solista e não apenas de acompanhamento, como habitualmente acontece nas formações de cariz popular e tradicional.

Os momentos de interesse musical que daqui se obtiveram, aumentaram exponencialmente depois do convite feito aos músicos: Pedro Neves, piano; Miguel Ângelo, contrabaixo; Ricardo Coelho, percussão que, com arranjos feitos a quatro, recriaram uma nova musicalidade à volta da viola amarantina, transportando-a para uma sonoridade contemporânea e nunca antes testada.

Todos estes arranjos e dedicação resultaram num CD duplo de originais onde se podem ouvir, no primeiro, todas as músicas tocadas a solo e no segundo, tocadas em quarteto.

Atualmente o quarteto é constituído por: Rui Fernandes, viola amarantina; Pedro Neves, piano; Miguel Ângelo, contrabaixo; Miguel Sampaio, percussão.

“Rui Fernandes Quarteto” e a Viola Amarantina
Rui Fernandes e a Viola Amarantina

Rui Fernandes – Viola Amarantina

Rui Fernandes

é professor e licenciado em formação musical.

Estudou guitarra clássica com o Professor Ricardo Barceló e o Professor Paulo Vaz de Carvalho.

É também programador cultural, fundando em 2003 a empresa de programação, De Mi Para Si.

Atualmente, em termos musicais, dedica-se à criação de originais para viola amarantina. Criou em Várzea, Amarante, o Centro de Estudos e Interpretação da Viola Amarantina e participou, como músico, na companhia Peripécia Teatro, na dinamização e itinerância de um espetáculo sobre contos de vários escritores portugueses.

Pedro Neves – Piano

Pedro Neves

é um prolífico pianista e compositor de jazz português, conhecido pelos seus aclamados álbuns, como líder do seu trio de piano ou pela sua contribuição para o trabalho de muitos colegas músicos.

Nuno Catarino (Jornal Público e aformadojazz.pt), refere-se à música de Pedro Neves como “uma das mais belas e delicadas músicas jazzísticas feitas em Portugal”, reforçando a sua predisposição natural para escrever canções com estruturas bem definidas.

Sem limites de gênero ou estilo, as suas composições incorporam diferentes grooves e paisagens sonoras de seu vasto gosto musical.

Miguel Ângelo – Contrabaixo

Miguel Ângelo

começou a sua atividade musical aos 10 anos na “Tuna Musical de Fiães“, onde frequentou aulas de formação musical, guitarra e, mais tarde, contrabaixo.

Ainda que a música rock tenha constituído, durante algum tempo, o seu campo de interesse artístico, foi o jazz que acabou por conquistar toda a sua atenção.

Ainda sob a orientação do contrabaixista Alberto Jorge, reiniciou os seus estudos de contrabaixo e combo com o pianista Paulo Gomes, na Escola de Jazz do Porto, em finais dos anos 90.

Mais tarde, prosseguiu os mesmos com o contrabaixista Pedro Barreiros e, posteriormente, contou com o apoio do contrabaixista António Augusto Aguiar.

Frequentou o curso oficial de música com os professores Alenxander Worf e Joel Silva até ao 5º grau, na Academia de Paços de Brandão e posteriormente em Sta. Maria da Feira.

Alguns anos após ter terminado a sua licenciatura em Informática/Matemática Aplicada, pela Universidade Portucalense, voltou em 2004 ao ensino superior, desta vez para estudar Contrabaixo.

Miguel Sampaio – Percussão

Miguel Sampaio

é baterista e terminou em 2016 o curso de Jazz e Música Moderna na prestigiada Escola Superior de Música, Artes e Espetáculos do Porto (ESMAE) onde estudou, entre muitos, com Michael Lauren, Nuno Ferreira, Abe Rabade, Carlos Azevedo, Telmo Marques e Pedro Guedes.

Estuda com o reconhecido professor de Bateria Michael Lauren há aproximadamente 6 anos e esteve presente em Masterclasses com Steve Gadd, Gerald Cleaver, Bruno Pedroso, Alexandre Frazão, Ben Street, Andrew D’Angelo, entre outros. Participou em dois discos gravados intitulados de “Zero Point Energy” e “Zinc Tank” ao lado de Gio Yañes – ascendente Músico na cena do Jazz Espanhol e outro mais com o Trio de jazz – “Trinó”, disco gravado ao vivo na Porta-Jazz (Associação que tem sido responsável por dinamizar o jazz na cidade do Porto).

Teve também o privilégio de tocar com artistas como Kari Ikonen, Eurico Costa, Pedro Barreiros, Ben Street e Andrew D’Angelo (contexto de abertura de Jam, Guimarães Jazz) por um curto prazo de tempo. Fora da cena do jazz tem também ligação a projetos como “Maria Rui” e “Lavoisier”, entre outros.

Miguel Sampaio reside ano Porto e é docente na Escola de Jazz do Porto onde leciona a disciplina de bateria.