Uma Lenda dos Mouros nos Tempos Antigos
Uma lenda dos Mouros
Uma mulher da aldeia das Casas da Ribeira foi fazer um parto a uma moura.
A mulher andava no campo a apanhar lenha, quando lhe aparece um homem a pedir-lhe para ela ir assistir ao parto da mulher, que estava para ter um filho.
A mulher aceitou o convite e lá foi atrás do homem. Quando chegou às penhas do Chorro, ali numa rocha abriu-se uma porta e a mulher entrou.
Era uma linda casa subterrânea debaixo da rocha. O homem agradeceu à mulher com um braçado de lenha às cavacas. A mulher ao sair dali resmungava:
– Olha agora com que me agradeceu, com um braçado de lenha!
E ela deitou a lenha fora, mas no fundo do cesto ficou uma falhasca. A mulher viu que era ouro.
Quando ela pega na falhasca, transformou-se num lindo cordão em ouro.
A mulher ficou louca. Tinha uma filha para lhe dar aquele lindo cordão. Pelo caminho, ela encontrou um tronco de oliveira e pendurou o cordão no tronco, para ver a vista que fazia no pescoço da filha.
Quando isso aconteceu, o malvado cordão transformou-se numa serpente, que até cortou o tronco da oliveira.
E tudo isto aconteceu porque a mulher foi mal agradecida.
Esta lenda foi cedida pela Sra. Dona Cremilda Matos. | Imagem de skeeze
Nota: A localidade de Casas da Ribeira pertence à freguesia e concelho de Mação.
Freguesia de Mação
“A freguesia de Mação e os seus arredores conservam em si um grande património arqueológico como comprovado em Março de 1943, com a descoberta, nos Paços do Concelho, de um grande depósito construído para esconderijo de objectos pessoais ou talvez para homenagem religiosa.
Entre o espólio foram descobertos foices, lanças, machados, argolas de adorno, fragmentos de punhais, braceletes, estiletes, que, segundo especialistas como o arqueólogo Eugénio Jalhay, podem ser datados entre 1200 e 900 a.C.. Existem ainda vestígios da presença de outros povos por todo o concelho.
Foi já durante o reinado de D. Dinis que Mação viu a sua importância reforçada. Tal como por toda esta região aqui estiveram templários e cavaleiros Hospitalários com sede em Belver. O primeiro foral foi-lhe concedido pela Rainha Santa Isabel, renovado em 1355 por D. Pedro I, sendo já nesta altura um concelho.
No entanto, mais tarde, Mação passa para o concelho de Proença a Nova readquirindo a sua “autonomia” no final do séc.XIX.
Da arquitectura religiosa da Vila de Mação destacam-se a Capela da Misericórdia onde se pode admirar, um nicho com a imagem de S. Maria de Mação em pedra de ançã do séc.XV, vinda da região de Coimbra.
Também a Igreja Matriz merece destaque, construída em 1597, expõe elementos artísticos de rara beleza da arte portuguesa como os azulejos padronizados, com cercadura polícromados do séc. XVII, e talha dourada do séc.XVIII nos altares e capelas.
Por entre a cobertura de azulejo podemos reparar em vários registos figurativos, polícromados de passagens bíblicas como a Visitação ou a Árvore de Jessé.” Fonte