Confeção do Bordado de Tibaldinho – Mangualde
A confeção do bordado de Tibaldinho é uma atividade artesanal feminina, transmitida entre gerações da aldeia com o mesmo nome, na freguesia de Alcafache, em Mangualde.
Nas últimas décadas, disseminou-se também por outras áreas do concelho, assim como pelas regiões limítrofes de Viseu e Nelas [Beira Alta].
Além de constituir um elemento importante da vida económica das bordadeiras, é um saber-fazer investido de significado social.
O trabalho é realizado por conta própria, em casa ou em reuniões numa varanda ou escadaria, em dias de sol.
Há uma série de elementos que identificam o bordado de Tibaldinho.
Utiliza-se o pano de algodão, linho ou meio linho, da paleta do branco ao cru, e linha na mesma paleta.
Pontos mais usados no Bordado de Tibaldinho
Alguns dos pontos mais usados são o ponto caseado ou de recorte, ponto a cheio, ponto de canotilho, ponto atrás, ponto de espinha, ponto de cadeia, ponto desencontrado, ponto pé a fugir, cordoné ou cordão, borboto ou nozinhos, pastas, ponto de formiga ou areia, ponto de veludo ou pompom, ponto espinhado, ponto pé de galo, ponto dente de rato, machoco de pevide e machoco redondo.
Bastante característica da gramática decorativa deste bordado é a presença dos ilhós, orifícios abertos com tesoura e rematados a ponto de cordoné; do enleio, uma espiral de ilhós, usualmente seguida por uma espiral de borbotos; e das canoas, que são arcos de ilhós desencontrados.
O que se confeciona com este bordado?
Com este bordado confecionam-se, tradicionalmente, toalhas de mesa, guardanapos, toalhas de chá, toalhas de mãos, toalhas de batismo, lençóis, panos de tabuleiro e panos para cestos de pão.
Posteriormente, passou-se também a produzir roupas interiores, aventais, golas e punhos de uniformes de serviço doméstico, cortinados e almofadas, entre outros.
O bordado de Tibaldinho é aplicado, ainda, em peças de alfaia litúrgica. 1
O Bordado de Tibaldinho é, desde 2017, uma produção artesanal tradicional certificada e foi submetido pedido de registo no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial pela Câmara Municipal de Mangualde.
Fonte: 1 “Saber ser – saber fazer – O património cultural imaterial da região centro”