Benjamim Pereira, antropólogo e etnólogo vianense
Benjamim Pereira
(Montedor – Carreço, Viana do Castelo, 25.12.1928 | Viana do Castelo, 2.01.2020) – Antropólogo e Etnólogo.
Benjamim Pereira foi uma figura fundamental da etnografia portuguesa.
Colaborou com Jorge Dias, Ernesto Veiga de Oliveira, Fernando Galhano e Margot Dias num gigantesco levantamento da cultura material portuguesa, que levou à criação do Museu Nacional de Etnologia.
Benjamim Pereira colaborou com diversos museus
«Para além da sua permanente colaboração com o Museu Nacional de Etnologia, até 2000, em particular assegurando a realização das exposições
– Escultura Angolana: Memorial de Culturas (1994),
– O Voo do Arado (1996) e
– Instrumentos Musicais Populares Portugueses (2000).
Também organização das Galerias da Vida Rural (2000), as primeiras reservas visitáveis do Museu, contam-se muitos projectos desenvolvidos de norte a sul do país.
Deverão ser destacados o Centro Cultural Raiano (1997) e, muito particularmente, entre outras razões pelo papel que tem já cumprido, o Museu da Luz (2003).
Mas a marca identificadora do seu trabalho encontra-se igualmente
– no Museu Regional de Paredes de Coura,
– no Museu Rural de Boticas,
– e no Museu do Canteiro
e, no âmbito de uma colaboração continuada, no Museu do Traje de Viana do Castelo e nos respectivos núcleos museológicos.
São estes exemplos de uma intensa actividade de coordenação ou colaboração em exposições – como as exposições realizadas em homenagem a Marie-Louise Bastin (1999) e a Fernando Galhano (2004) –, reorganização de museus, investigação, constituição e documentação de colecções no terreno.
Expressão da sua pronta disponibilidade para colaboração em projectos de valorização do património local é ainda a exposição Memórias e Saberes de Lagares da Beira, Século XX, realizada pela respectiva Junta de Freguesia em 2006.
No âmbito da sua colaboração com o Instituto dos Museus e da Conservação neste período, deverá ser referido, em primeiro lugar, o apoio à Rede Portuguesa de Museus, através do acompanhamento de visitas técnicas, sobretudo a museus com colecções etnográficas.
No Museu de Francisco Tavares Proença Júnior organizou, em 2003, o sector da exposição permanente dedicado às tecnologias têxteis tradicionais, a partir de trabalho no terreno, e no âmbito do qual foram realizados os filmes O Linho é um Sonho e A Seda é um Mistério, de que assegurou a orientação científica.
Trabalho de que resultou um filme
Resultando de um projecto desenvolvido no terreno entre 1999 e 2001, realizou a exposição Rituais de Inverno com Máscaras (2006) no Museu do Abade de Baçal, depois apresentada no Museu Nacional de Soares dos Reis, no âmbito do qual foi produzido o filme homónimo, que também orientou.
Paralelamente, a sua actividade científica exprime-se em diversas publicações, sendo de destacar a obra
– Tecnologia Tradicional do Azeite em Portugal (1998), como expressão parcial da continuidade das linhas de trabalho lançadas pelo Centro de Estudos de Etnologia,
– e a colaboração no livro Uma Imagem da Nação: Traje à Vianesa, publicado em Maio de 2009.» 1
1 Paulo Ferreira da Costa, Cláudia Jorge Freire e Benjamim Pereira, «Entrevista a Benjamim Pereira: “Uma aventura prodigiosa”», Etnográfica [Online], vol. 14 (1) | 2010, Online desde 21 maio 2012, consultado em 02 janeiro 2020. URL : http://journals.openedition.org/etnografica/366 ; DOI : 10.4000/etnografica.366 (texto editado)