Grupos de FolcloreGrupos Folclóricos / Etnográficos

Fique a conhecer a Rusga Típica da Correlhã

Associação Cultural e Recreativa Corneliana (Rusga Típica da Correlhã)

Quando foi fundado o Grupo e por quem?

No dia 23 de Agosto de 2002, um grupo de pessoas da Correlhã que já tinham sido componentes dum grupo de folclore, decidiu, a título particular, participar com sucesso num encontro de rusgas que se realizou em Ponte da Barca, na Festa de São Bartolomeu.

Posteriormente, participaram, como convidados, no Cortejo Etnográfico das Feiras Novas de Ponte de Lima de 2002, com um carro alegórico alusivo a várias atividades artesanais da Freguesia da Correlhã.

Devido ao êxito destas participações e também pelas saudades sentidas pela música e dança folclórica, nasceu a ideia de formar um grupo folclórico. Adquiriram-se fatos, convidaram-se instrumentistas, fizeram-se algumas recolhas e começaram os ensaios.

Dada a elevada adesão ao grupo, imediatamente se pensou na sua legalização como grupo de folclore. Para o efeito, formou-se uma Comissão Instaladora, elaboraram-se e aprovaram-se os Estatutos, registando-se com o nome de Associação Cultural e Recreativa Corneliana da qual faz parte a Rusga Típica da Correlhã.

A Escritura da constituição da Associação Cultural e Recreativa Corneliana, foi feita no Cartório Notarial de Ponte de Lima no dia 13 de Fevereiro de 2003.

Quais os objetivos que queriam atingir com a criação do Grupo?

1 – Divulgar a cultura tradicional portuguesa através da realização de espetáculos de folclore, promovidos pela «Rusga Típica da Correlhã», pertencente à mesma Associação.

2 – Promover a realização de atividades que possam contribuir para o respeito e preservação dos usos e costumes tradicionais da Correlhã e do Concelho de Ponte de Lima.

3 – Desenvolver nos jovens um espírito de sã convivência e contribuir para a ocupação dos seus tempos livres.

4 – Fomentar o gosto pela música tradicional portuguesa

Que região etno-folclórica pretendem representar? Principais características.

A Rusga representa a região etno-folclórica em que está inserida, isto é a Correlhã, Ponte de Lima, que pertencem ao Alto Minho.

A Correlhã é uma das 51 freguesias que compõem o Concelho de Ponte de Lima e localiza-se na margem esquerda do rio Lima, confinando com a Vila Limiana.

Parece que a origem do seu nome se deve a um senhor romano chamado Cornelius, que aí teria tido a sua «Villa Rústica», composta pela sua própria habitação, mas também pelos currais, encerradouros, palhais, cortes e cobertos para os animais e apeiros de lavoura, antecedentes do forte cunho agrícola que a Correlhã ainda hoje conserva.

Para além da sua gastronomia e da sua beleza paisagística, a Correlhã é rica pelo seu património arquitetónico, sendo de salientar a sua Igreja Paroquial, o Santuário da Senhora da Boa Morte, de construção barroca, a pequena mas bela capela românica de Santo Abdão, bem como a nova Igreja, de construção recente mas belíssima pela sua arquitetura moderna, elo de ligação entre o passado e o futuro.

Que trajes apresentam?

Em relação aos trajes podemos dizer que a Rusga se inspirou na Revista «Ilustração Portuguesa» e no texto de João Rocha que em 11 de abril de 1910 diz: «As raparigas da Areosa, cujo costume é também adoptado nas freguesias das margens do Lima, entre Ponte do Lima e Vianna»

Também Ramalho Ortigão, em 1901, ao descrever a Feira de Viana afirma: «À primeira inspecção superficial confundem-se os vestuários de todas e parece haver uniformidade no talhe e na composição, depois e á medida que a formusura d`umas o oval gracioso dos rostos d`outras, o louro dourado d`estas, o azul claro dos olhos d`aquellas, a bancura da pelle ao pé do moreno tisnado, a estatura desempenada junto a gracilidade de formas esbeltas, vae fixando a vista curiosa, começa de se distinguir bem a proveniência daqueles ranchos, da região d`allem tamega, ou das margens do Douro, ou da própria localidade e começa de se diferenciar pela forma dos chapéus, pelo atado dos lenços, pelo corte dos coletinhos em espartilho, pelo gosto das riscas fortemente coloridas das saias e dos aventaes a moda de cada freguesia, a industria predominante, o trabalho caseiro em que são fabricados os tecidos.».

Por isso, e também com base em fotos existentes, tiradas na Quinta da Anta na Correlhã e também em Ponte de Lima, no início do século XX, a Rusga utiliza o traje característico desta região em que a Rusga se insere, isto é, Viana do Castelo e a Correlhã. É o que nós designamos por traje à moda do Minho.

Algumas dançadeiras da Rusga usam peças originais, sobretudo alguns lenços de cabeça que possuem idades superiores a cinquenta anos e, alguns, 100 anos.

De salientar que os trajes da Rusga são confecionados por bordadeiras de Cardielos e tecedeiras da Correlhã, que ainda hoje se dedicam a essa atividade artesanal.

  1. a) Fatos de mulheres usados pela Rusga: Fato de Festa, Fato Domingueiro, Fato de Trabalho ou Avergastado, Fato de Morgada (Meia – Senhora), Fato de Noiva e Mordoma.
  2. b) Fatos de homens usados pela Rusga: Fato de ir à Feira, Fato de Noivo ou de Lavrador Rico, Fato de Trabalho de Verão, Fato de Trabalho de Inverno, Fato de Festa.
Foto tirado na Quinta da Anta, Correlhã, 1910-1911

Indique as principais atividades realizadas desde a fundação.

Gravou o seu 1º CD (Ó Correlhã, terra amada…) em 27 de março de 2004, e um CD com o Grupo Infantil/Juvenil: «Cantigas de gente moça» em 03 de março de 2012. Participou num filme de vídeo sobre a cultura do Linho na Freguesia da Correlhã e realizou um filme de vídeo sobre a Matança do Porco em moldes tradicionais.

Esteve presente em gravações do vídeo-clip como a «VOYAGE 2017, the wedding dresses & headpieces collection by Solaine Piccoli & Niely Hoetsch» e na gravação do vídeo clip do fadista Miguel Rivotti – Música «Dia a dia», gravado em Viana do Castelo e Ponte de Lima.

Realiza todos os anos o seu Festival Nacional de Folclore e participa em todas as atividades promovidas pelo Município limiano. Já participou, a nível nacional e internacional, em inúmeras festas, desfiles etnográficos e festivais folclóricos, programas de rádio e da TV, entre os quais se destacam:

2006, animação do Congresso Europeu de Bioquímica, na Universidade de Aveiro.

2007, presença no XII World Folkdance Festival de Palma de Maiorca, onde obteve o 1º prémio do Traje e o prémio Bartolomeu Ensayat da Autenticidade.

2008, «Festival Folklorique Association Luso-Française St. Cyr L`École», em Paris.

2009, presença no XIII World Folkdance Festival de Palma de Maiorca obteve o 2º prémio do Traje.

2010, presença na 65ª Sagra del Mandorlo in Fiore – 55º Festival Internazionale del Folklore – Agrigento – (Sicília) Itália, onde também obteve o 2º lugar do prémio Usos, Costumes e Tradições, e um dos títulos de Miss Primavera;

– na inauguração do Festival Internacional de Jardins de Xinzio de Limia, Espanha  2012, animação do Congresso Internacional da Ordem Franciscana realizado no Teatro Diogo Bernardes em Ponte de Lima, e presença em Xinzio do Lima – Ourense, nas festividades daquela cidade.

2013, presença no Mega Picnic organizado pela SIC em Lisboa, representando o Município de Ponte de Lima com o tema «As Feiras Novas».

2014, presença no ‘XANTAR 2014 – 15º Salón Internacional de Gastronomia e Turismo de Ourense; no programa «Aqui Portugal» da RTP1 – grupo infantil e no Programa Alô Portugal da SIC Internacional.

– 2015, participação no XVI International Folclore Festival República Checa (Praga), tendo também sido recebida pela comunidade portuguesa de Vaduz no Lichenstein e pela comunidade católica de Mains (Alemanha).

2016, presença no International Competition and Folklore, Dance and Music Festival RIMINI FEST – Itália, onde foi vencedora absoluta do festival.

2017, presença na abertura do Campeonato do Mundo da Maratona de Canoagem, realizado em Ponte de Lima. 2017. 2018, presença no ‘XANTAR 2018 – 19º Salón Internacional de Gastronomia e Turismo de Ourense.

2019, presença no INTERNATIONAL FOLK – DANCE & MUSIC FESTIVAL «KVARNER FESTIVAL DAYS» em Crikvenica, CROÁCIA, organizado pelo WOFA – WORLD FESTIVAL ASSOCIATION.

2023, presença na RTP 1, no programa «Aqui Portugal» com Miguel Rivotti.

– Neste momento, em 2025, está a fazer uma parceria com o Grupo «Retimbrar», com vista à participação num espetáculo a realizar em Ponte de Lima.

Pelo trabalho que tem desenvolvido desde a sua fundação em prol da preservação e divulgação dos usos e costumes da Freguesia da Correlhã e do Concelho de Ponte de Lima, foi agraciada, pela Junta de Freguesia da Correlhã, com a medalha de Mérito Cultural.

Workshop da Rusga em Palma de Maiorca

Que projetos futuros têm a curto e a médio prazo?

Para além da aposta na continuidade de divulgação do nosso folclore e do fortalecimento da Escola de Folclore Infantojuvenil, a Rusga vai continuar a apostar na recolha de objetos ligados à agricultura, com vista à criação de um Museu Rural, que possa recordar aos nossos jovens o que foram os usos, costumes e tradições agrícolas de seus pais e de seus avós.

Alguns dos objetos recolhidos até ao presente para o Museu da Rusga

Mensagem: Gostaria de dizer a todos os folcloristas que, face a este mundo tão impessoal, tão materialista, tão inseguro nos valores, não se deixem contaminar pelas novas ideias globalizantes, pois isso só poderá contribuir para o apagar dos nossos usos, costumes e tradições, do que fomos e do que projetamos ser. Preservar a todo o custo a nossa História é para todos nós folcloristas um dever e uma obrigação.

Um bom ano 2025 para todos!

O Presidente da Associação Cultural e Recreativa Corneliana (Rusga Típica da Correlhã)

Darlindo Oliveira

Contatos

 

Rua da Borracheta, nº 377, Correlhã, 4990 – 292 – P. Lima
ou
Rua da Gândara, nº 35, Correlhã, 4990 – 297 – P. Lima

Correios eletrónicos: darlindooliveira@gmail.com, darlindooliveira@hotmail.com ou rusgadacorrelha@hotmail.com

Telefone – Darlindo – 258 742 924 Telemóvel – Sérgio – 914 749 880

Imagens disponibilizadas pelo Grupo.

Nota: Se gostaria que o seu Grupo de Folclore também fosse entrevistado, p.f. contate-nos.