Fique a conhecer o Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel
Quando foi fundado o Grupo e por quem?
O Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel foi fundado a 23 de junho de 1977 por pessoas de referência na freguesia de Pedro Miguel, nomeadamente Eduardo Morais, então Presidente da Junta de Freguesia, Maria Oliveira, então Presidente da Casa do Povo, Manuel Silva e Lurdes Vargas, personalidades estas que mantinham o gosto pelos bailhes e folgas.
Quais os objetivos que queriam atingir com a criação do Grupo?
O principal objetivo na criação deste Grupo Folclórico era manter e recuperar alguns os bailhes característicos da cultura faialense, nos Açores, que tendiam a desaparecer.
Que região etno-folclórica pretendem representar? Principais características.
Sentindo uma vontade de aperfeiçoar e de evoluir, em 1994, o Grupo Folclórico, até então designado por Grupo Folclórico da Casa do Povo de Pedro Miguel, passou a designar-se por Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel. Assim, este Grupo passa a representar a vivência de Pedro Miguel nos finais do séc. XIX, inícios do séc. XX.
Que trajes apresentam?
Pedro Miguel era e é uma freguesia predominantemente dedicada à agricultura e pesca. Como tal, os trajes deste Grupo Folclórico representam essa vivência.
Assim apresenta os trajes de lavrador, da bordadeira de crivo e da fiandeira, do pescador, do cabouqueiro (uma vez que a pedra extraída para fazer as casas advinham da ribeira de Pedro Miguel que tinha uma importância extrema na época), da lavadeira, das moças características da altura, do moleiro, do carpinteiro e do traje domingueiro.
Mas o traje que mais causa curiosidade a quem vê este Grupo, é sem dúvida o Capote e Capelo.
Era uma peça muito cara, pesada e só o possuía quem tinha mais posses. Por isso não existiam muitos na freguesia de Pedro Miguel. Este traje servia essencialmente para as mulheres levarem à missa. Com ele podiam esconder alguma gravidez indesejada, e cobrir a roupa pobre que usavam no seu dia a dia. Como curiosidade, o traje do Capote e Capelo fazia parte do enxoval das moças da altura.
Indique as principais atividades realizadas desde a fundação.
Este Grupo tem sido muito dinâmico ao longo dos seus 47 anos. Recuperou danças de carnaval que já se encontravam desaparecidas, organizou ranchos de Natal, participou por diversos anos nos festejos da mais importante festa da ilha do Faial, a Semana do Mar, apresentando sempre um desfile etnográfico, teve um Grupo de Teatro, tem participado nos festejos da padroeira da freguesia, entre outras atividades.
Que projetos futuros têm a curto e a médio prazo?
Em 2014, o Grupo Folclórico inaugurou a sua Casa Etnográfica. Um projeto há muito ambicionado por este grupo e que finalmente viu a luz do dia. Esta Casa Etnográfica representa o que foi a vivência da freguesia de Pedro Miguel no início do séc. XX. Dela faz parte, uma cozinha, um quarto de cama, uma taberna e uma loja onde representamos o ciclo do milho, uma ferraria e uma carpintaria. Destaca-se a Atafona, uma peça já desaparecida, que puxada por animais, faziam a pedra da mesma rodar, esmagando os grãos de milho, transformando-os em farinha.
Assim, e como projetos futuros, pretende o Grupo continuar a preservar e a aumentar o seu espólio etnográfico, bem como realizar alguns intercâmbios por forma a divulgar a cultura açoriana.

Uma mensagem para os folcloristas que visitam o Portal do Folclore Português.
O Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel parabeniza todos os folcloristas pelo trabalho realizado em prol da cultura portuguesa. Um trabalho árduo e muitas vezes não reconhecido, mas que insistimos em dignificar, demonstrando o que foi a vivência de outrora. Bem hajam a todos!
Imagens disponibilizadas pelo Grupo.
Nota: Se gostaria que o seu Grupo de Folclore também fosse entrevistado, p.f. contate-nos.