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Romaria das Almas Santas da Areosa – Águeda

A romaria das Almas Santas da Areosa é considerada uma das maiores festividades da região da Bairrada.

Tem lugar na freguesia de Aguada de Cima (na zona sul do Concelho de Águeda) e inicia-se na semana a seguir à Páscoa.

A capela das Almas Santas da Areosa (ou “Mosteiro”, como é designada pela população local) é local de devoção a São Miguel. Possui planta octogonal, composta por três naves, uma capela-mor e uma torre sineira adossada.

A romaria convoca a população da vila e visitantes para diversos momentos emblemáticos:

– o hastear das bandeiras;

– a arruada dos gaiteiros, promovida pela Confraria das Almas Santas da Areosa e do Leitão;

– o erguer do arco (uma estrutura de grandes dimensões, feita de madeira e enfeitada com flores; peça que exige um esforço coletivo, quer na construção, quer na sua colocação em frente à capela).

Destacam-se as celebrações religiosas maiores da festividade, a saber:

– no primeiro domingo após a Páscoa, realiza-se a Procissão do Romeiro, que sai da igreja matriz para a capela das Almas da Areosa, levando os andores de Santa Eulália e do Senhor dos Passos, seguida de uma missa campal;

– no domingo subsequente, há missa na capela e os andores regressam, em procissão, à igreja matriz. 1

Romaria das Almas Santas da Areosa - Águeda

Freguesia de Aguada de Cima

A freguesia de Aguada de Cima situa-se na zona sul do Concelho, sendo grande parte do seu território constituído por uma zona plana com forte densidade populacional e uma zona serrana menos populosa. Tem uma área de 30 km2.

Do património edificado existente na freguesia, destaca-se:

Pelourinho: como se verifica nos fragmentos que estão no museu de Santa Joana em Aveiro, e outros na posse de particulares da freguesia, tinha o emblema universitário.

Igreja Matriz: (reconstrução de 1711, data gravada, dá o ano médio da reconstrução) – escultura de mérito é a imagem da Virgem e do Menino de calcário e de oficina coimbrã da primeira metade de séc. XV. Do mesmo séc. é a imagem de Sta. Luzia. Colunas em talha torcidas e de parras, ao meio pilastras misuladas com crianças atlantes. Excecional é o púlpito, tratado em calcário ançanense, do séc. XVIII.

Capela das Almas da Areosa: constitui um ex-libris turístico e religioso. A capela das Almas da Areosa, no sítio da Areosa, levanta-se a cerca de um quilómetro para sudoeste do núcleo da freguesia, rodeada de velhas árvores e em cujo terreiro se faz feira mensal. As paredes são espessas para suportarem a abobada, as cantarias no grés regional de tonalidade branca. O corpo octogonal é acrescido de capela-mor retangular. Cobre o octógono de oito panos, separados nos ângulos por cintas que se erguem das pilastras inferiores. Tanto o retábulo principal como os dois laterais pertencem à segunda metade de século XVIII. 2

Sobre a história da freguesia

Aguada de Cima foi sede de concelho até 1834, data em que foi englobada no então criado concelho de Águeda. Foi recriada como concelho em 17-07-1835 até 31-12-1836, quando foi definitivamente extinta como concelho.

É centenária (milenar) a sua história, aparecendo já mencionada “Aqualata” no ano de 132 a.C. Foi vila romana.

Aparece mencionada numa doação ao Mosteiro do Lorvão, no ano de 961, com o nome da sua padroeira, S.ª Eulália.

Foi doada ao Mosteiro da Vacariça, cujos monges foram quem desbravaram as suas terras.

No ano de 1064, por presúria, foi doada a D. Sesnando, da Igreja de Milreu, de Coimbra, em 1113.

Passou para a Coroa em 1128.

Em 1132, D. Afonso Henriques couta esta vila à Sé de Coimbra. Passou depois para a Universidade de Coimbra, tendo foro especial de justiça.

  1. Manuel I concedeu-lhe foral em 23 de Agosto de 1514.

Foi sede de Capitania-Mor.

Pertenceu, durante o liberalismo, aos Duques de Lafões.

Foi julgado de Paz.

Teve pelourinho, forca e tribunal.

Em 12 Julho 1997 foi elevada a Vila.

Em 12 Julho 2007 foi inaugurada a réplica do Pelourinho. 3

Fontes: 1 “Saber ser – saber fazer – O património cultural imaterial da região centro” | 2 | 3