Traje masculino de festa e de lavradeira do Minho
Traje masculino de festa do Minho
É composto por calça, camisa e jaqueta.
A camisa branca é decorada com bordados tradicionais minhotos, com motivos amorosos.
A cor vermelha da faixa e dos bordados confere ao conjunto um certa alegria, uma vez que todo o traje é negro.
O preto é sinónimo de austeridade, pelo que os trajes de “ver a Deus”, utilizados para ir à missa, são dessa cor. O preto confere ainda severidade e sofrimento, já que simboliza o luto profundo e prolongado.
Traje de lavradeira do Minho
Sobre a alva camisa bordada de azul, nos punhos, nas frentes e nos ombros, a mulher minhota enverga um colete que exerce a função de espartilho.
Os cortes vincam as formas do corpo, a altura do colete e a amplitude das cavas atribuem-lhe grande comodidade, pois permite um melhor movimento dos braços. Por outro lado, a orla do colete segue a linha do diafragma, favorecendo a respiração.
O colete é profusamente decorado por bordados policromáticos de gosto barroco.
A saia, rodada e de grande amplitude, é marcada por uma larga barra bordada com os mesmos motivos silvestres e românticos do colete.
O avental de tapete é decorado com “puxados” que recriam um magnífico jardim em relevo.
A algibeira reforça a beleza da mulher com a sua forma de coração, tendo como utilização prática o transporte de dinheiro e do lenço.
A mulher minhota calça meias de renda brancas e chinelas de pele bordadas com motivos florais vegetais e geométricos.
Na cabeça usa um lenço de fundo vermelho com barra estampada com motivos florais, vegetais e cornucópias
De acordo com José Rosa Araújo, este traje, conforme descrito, surge após 1840, quando o pintor José Brito Sobrinho casou com uma tecedeira, em Santa Marta, e para aumentar os rendimentos do casal resolveu imprimir um novo padrão aos aventais.
Pôs de parte os motivos geométricos, desenhou flores e folhas em motivos lindamente estilizados a preto, vermelho e amarelo de tons habilmente combinados.
Após a sua morte outras tecedeiras continuaram o seu trabalho, até aos dias de hoje.
Nota: Os trajes pertencem ao Rancho Folclórico “Os Rancheiros” do Grupo Cultural de Vila Fria – Oeiras. A foto e a respetiva descrição foram-nos enviadas por este Rancho
Foto de destaque: Mulheres com trajes do Minho, na Festa das Cruzes, em Barcelos – 1912