Traje de mulher da ilha do Faial – Açores | Trajes regionais

Traje de mulher da ilha do Faial

A ilha do Faial é uma das mais formosas do arquipélago dos Açores, situada a 38º e 31′ de latitude N e 19º e 33´ de longitude O de Lisboa.

Abrange uma superfície de 35 quilómetros de comprimento por 20 de largura.

O número dos seus habitantes é de cerca de 24.000, com 5.400 fogos distribuídos pela capital da ilha e 9 aldeias, além de pequenas povoações.

A nossa gravura representa uma mulher dessas aldeias em seu traje característico, que tem bastante de singular, com quanto tenha certa semelhança com os trajes mirandeses na província de Trás-os-Montes.

Se considerarmos que o clima da ilha do Faial é muito temperado, ainda mais nos deve surpreender aquele rodado capote de pano com um tão abundante capuz, do que para ser usado num clima quente, onde crescem as bananas e os ananases.

Há muitas destas contradições nos hábitos do povo, muito principalmente entre as povoações que, como esta, se formaram por meio da colonização que lhe levou os costumes dos colonizadores, embora esses costumes se modifiquem com o andar dos tempos.

Vestuário dos Terceirenses – Trajos dos Açores

Colonização dos Açores

Os Açores principiaram a ser colonizados pelos flamengos em 1466, por cedência que el-rei D. Duarte fez a sua irmã, D. Isabel de Borgonha, mãe de Carlos, o Temerário, e só depois, por 1500, é que os portugueses povoaram progressivamente aquelas ilhas.

Este traje ressente-se, evidentemente, da Idade Média, e resta saber se ali o deixaram os flamengos ou ali foi levado pelos portugueses.

Seja como for, é certo que ele pouco se coaduna, quer com o clima da ilha quer com os hábitos dos folgazões faialenses, muito dados a danças e divertimentos, e ainda menos a fazer realçar a beleza das faialenses, que são em geral formosas e de boas formas.

Traje de mulher da ilha do Faial - Açores
Costumes Portugueses – Um traje de mulher na ilha do Faial (Desenho de M. de Macedo)

Trajo de Apanhadores de Chá (par) – Açores

Fonte: “Occidente”, nº223 – 1 de Março de 1885 (texto editado e adaptado)