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Teófilo Braga

Joaquim Teófilo Fernandes Braga

Joaquim Teófilo Fernandes Braga (Ponta Delgada, 24 de Fevereiro de 1843 — Lisboa, 28 de Janeiro de 1924)

Escritor (poeta e ensaísta), sociólogo e político português. Estudou direito em Coimbra a partir de 1861, doutorando-se sete anos depois. Foi regente da cadeira de literaturas modernas no curso superior de letras, em Lisboa.

Fez parte do grupo de intelectuais que, insurgindo-se contra o ultra-romantismo e o estado da nação, originaram a Questão Coimbrã.

Republicano, dirigiu o governo republicano provisório, tendo sido presidente da república, embora por pouco tempo, em 1915.

A sua formação marca-se por um positivismo e anti-clericalismo que determinaram os seus trabalhos teóricos de análise da cultura portuguesa. Ficou conhecido sobretudo pelos seus estudos literários.

Procurou, à luz dos seus princípios teóricos e filosóficos, analisar e interpretar, nas suas múltiplas facetas, a história da literatura e a da cultura portuguesas.

As suas obras, embora carecendo por vezes de rigor e deixando transparecer alguma falta de preparação científica, precipitando-se em conclusões abusivas e facciosas, permanecem hoje das mais sugestivas e férteis sobre o tema. Importante ainda o seu contributo para a análise da poesia popular e das tradições portuguesas.

Bibliografia

Da sua obra imensa, destacam-se

– Traços Gerais da Filosofia Positivista (1877),

– História da Universidade de Coimbra (1892-1902),

– História do Teatro Português (1870-1871),

– Teoria da História Literária Portuguesa (1872),

– O Povo Português nos seus Costumes,

– Crenças e Tradições (1885)

– e Modernas Ideias na Literatura Portuguesa (1892).

Enquanto poeta, são seus a

– Visão dos Tempos (1864),

– Tempestades Sonoras (1864),

– Torrentes (1869)

– e Miragens Seculares (1884). 1

Compulsando vastos repositórios documentais, embora nem sempre cultivando a prudência interpretativa, Teófilo Braga teve, apesar dos deslizes, o mérito de esboçar a evolução da nossa literatura desde os alvores dos romances medievais e da produção dos trovadores galaico-portugueses ao ultra-romantismo e ao realismo da sua época.

Interessado pela etnologia e folclore

De bem cedo datam igualmente os seus interesses pela etnologia, pelo folclore e pela criatividade popular espontânea. Datam de 1867 os trabalhos

História da Poesia Popular Portuguesa,

– o Cancioneiro Popular coligido da tradição e o

– Romanceiro Geral, coligido da tradição.

Um pouco mais tardio, de 1869, é o livro

– Cantos Populares do Arquipélago Açoreano;

– os Contos Tradicionais do Povo Português são de 1883

– e os dois tomos da obra O Povo Português nos seus costumes, crenças e tradições remontam a 1885. 2

Fontes: 1 Enciclopédia Universal Multimédia da Texto Editora (1997) | 2 Centro Virtual Camões – Cultura Portuguesa