Pratos típicos e doces do Algarve | Gastronomia
Pratos típicos e doces do Algarve
Terra de pescadores virada para o mar, o Algarve é apenas uma dos muitos paraísos gastronómicos portugueses que faz as delícias daqueles que apreciam peixes e marisco. Alguns dos pratos mais populares são as sopas de peixe, o arroz de polvo, búzios com feijão, o guisado de peixe e a açorda de marisco. Deliciosos!
A ementa rica e variada é um dos cartões-de-visita do Algarve, celebrando receitas da zona costeira e sabores das regiões do interior.
O interior algarvio conta-nos uma história de hortas, rebanhos de ovelhas alimentadas pelas verdes montanhas e o cheiro de flores selvagens. Desde as favas à galinha com cerejas e ao guisado de grão, todos estes pratos têm um sabor caracteristicamente rural.
Mas não há dúvidas, o primeiro lugar no pódio da gastronomia algarvia vai para a doçaria.
Entre as várias tentações doces do Algarve, destacamos
– o Dom Rodrigo,
– os Morgadinhos
– e os figos,
entre muitas outras especialidades feitas de amêndoa, mel e doce de figo.
A tradição destes doces data da Era das Descobertas e teve a sua origem nos conventos, razão pela qual são também designados doces conventuais.
Pratos típicos e doces da região: carapaus alimados, perna de carneiro no tacho, carne de porco com amêijoas, papas de milho (mais conhecidas como Xarém), ervilhas com ovos à algarvia, perdiz estufada, coelho frito, cozido de grão, lulas recheadas à algarvia, polvo no forno com entrecosto, bifes de atum de tomatada, favas à moda do Algarve, canja com conquilhas, gaspacho de alho.
Texto: Folheto de divulgação sobre o Algarve
Doces Regionais do Algarve
A frase mais popular do Algarve é a que diz que o mar comanda a mesa e a amendoeira a sobremesa. E de tal forma isso é verdade que até as sobremesas de amêndoa são confeccionadas com as formas dos peixes e mariscos que povoam as águas algarvias.
Para quem gostar de conhecer a flor que dá origem a este fruto seco, a altura ideal para visitar o Algarve é entre Fevereiro e Abril, consoante a Primavera chega mais ou menos precocemente, coisa que hoje em dia ninguém já sabe prever, pois as estações do ano já não são o que eram. Nesta altura, a sua flor branca quase engana o visitante, fazendo-o pensar que se encontra num chão coberto de neve branca.
De resto, esta árvore de alegria primaveril povoa o Algarve desde tempos remotos, pelo menos desde a presença dos árabes. A amendoeira ter-se-ia instalado por aqui, segundo reza a tradição popular, quando o rei árabe Al-Mutamid se apaixonou por Romaiquia, princesa vinda dos países nórdicos e por essa razão habituada ao frio e ao manto branco da neve. Quando a princesa chegou ao Algarve o rei, que entretanto se fez seu marido, apercebeu-se que Romaiquia vivia mergulhada numa profunda tristeza.
Preocupado com o seu estado, perguntou-lhe qual era a razão de tamanho desgosto. Ao que a princesa respondeu ser a falta do manto branco que cobria o seu país na maior parte dos meses do ano. De imediato o rei se lembrou de ordenar aos seus súbditos que plantassem no seu reino amendoeiras. Este obedeceram ao soberano e rapidamente as floridas árvores passaram a cobrir de branco as colinas da região.
Doces de amêndoa com diversas formas
Foi, provavelmente, a partir dessa altura que, com o fruto desta árvore, depois de seco, se criaram no Algarve as suas mais famosas iguarias, os Doces de Amêndoa. Mas para que estes doces tenham aparecido foram a e são necessários verdadeiros artistas culinários para criar as variadas formas que actualmente adornam as vitrinas das pastelarias e adoçam os lábios dos gulosos.
Estas formas vão desde os peixes e mariscos às flores, frutos, galinhas e pintos, ervilhas, tremoços, cenouras, nabos e tudo aquilo que a imaginação do doceiro seja capaz de moldar.
A fama destes doces já ultrapassou as fronteiras portuguesas, sendo muito conhecidos e apreciados pelos estrangeiros que os conhecem como docinhos de marzipan, o que não deixa de ter um fundo de verdade uma vez que esta massa, embora seja conhecida como massa de doce regional ou de morgadinho, é também uma mistura de massapão.
Para quem desejar meter mãos a uma tarefa tão complicada e recriar em sua casa estes coloridos doces.
Aqui fica uma receita
Os ingredientes são apenas três:
– amêndoa (250g),
– açúcar (250g)
– e uma clara de ovo.
Comece por escaldar as amêndoas em água a ferver, pelando-as e secando-as em seguida, para depois as ralar de forma a obter um pó tão fino quanto possível. De seguida, junte a amêndoa ao açúcar amassando tudo com a clara do ovo até obter uma massa consistente e moldável.
Deixe a massa descansar pelo menos uma hora, para depois a dividir aos bocados e lhes dar a forma desejada. Para os colorir utilize os corantes próprios que pode adquirir nas pastelarias ou padarias – mas use-os com moderação, pois são constituídos por compostos químicos, muitos dos quais se sabe serem agressivos para o organismo humano… outros nem sequer se sabe que influências perversas podem ter.
Se desejar seguir a tradição, utilize o rosa claro (para formar as pétalas das flores), o amarelo (para o olho da flor), o verde (para as folhas), e o castanho (para os troncos). No caso dos peixes, as cores mais usadas são o amarelo (escuro e claro) e o rosa. Depois de moldados, conservam-se no frigorífico cobertos com um pano húmido.