Padre António Lourenço Fontes | Pessoas
Padre António Fontes
Padre António Lourenço Fontes – Nasceu em Cambezes do Rio, uma aldeia do Barroso, próxima do Rio Cávado, em 22 de Fevereiro de 1940, e teve onze irmãos.
Ingressou no Seminário em Vila Real, em 1950, tendo completado a formação em 1962. Ordenado em 1963, foi colocado em Tourém, onde esteve oito anos. Ainda celebrava Missa em Pitões das Júnias e em Covelães.
O seu meio de transporte, um cavalo, atendendo a que não havia estradas dignas desse nome, servia-lhe para ir para as paróquias celebrar a missa.
Em Tourém criou uma escola, iniciou cursos agrícolas, cursos de bordadura, requisitou leite, farinha, manteiga e óleo à Cáritas, começou por dar as refeições confecionadas na casa paroquial, onde vivia com uma irmã, já que se desse os alimentos, alguns vendiam-nos.
Ao fim de dois anos, o seu meio de transporte muar foi substituído por uma motorizada. Deixou Tourém em 1971 e foi para Vilar de Perdizes, já lá vão mais de 38 anos. Para além desta paróquia tem [tinha] a seu cargo Mexide e Soutelinho da Raia. Todos os dias celebrava Missa em Vilar de Perdizes às oito e meia da manhã.
Defensor da cultura popular
O Pe. António Fontes é, sem dúvida, um dos principais defensores da cultura popular da região do Barroso, onde Vilar de Perdizes se insere.
Foi o fundador e principal dinamizador, durante largos anos, do Congresso de Medicina Popular que, anualmente, e no primeiro fim-de-semana de Setembro se realiza naquela localidade, desde 1983.
Neste sentido, o Pe Fontes recorda que este nasceu numa altura em que as tradições e a medicina popular antiga estavam a cair em desuso.
Isto devido à concorrência ou oposição da “medicina química ou moderna“, assim como da “necessidade de registar e dar a conhecer o uso da medicina caseira, tradicional, ainda muito válida”.
Fundador e Diretor, desde 1980 e durante 25 anos, do Jornal “Notícias do Barroso”, colaborou com outros periódicos regionais e nacionais.
Publicou, em colaboração com Barroso da Fonte, um livro sobre os usos e costumes de Barroso, a que deu o título “Etnografia Transmontana” (obras em 2 volumes), e que Viale Moutinho batizou de Bíblia dos Barrosões.
Escreveu, ainda, “Misarela, a Ponte do Diabo” e “Medicina Popular Barrosã – Ensaio de antropologia médica”, em colaboração com João Gomes Sanches, entre muitas outras obras.
Reconstruiu em Mourilhe o solar do Outão do séc. XVIII, agora hotel rural Sª dos Remédios, centro cultural de promoção e divulgação das terras e cultura Barrosã onde acolhe turistas, visitantes, doentes, universidades e estudantes, artistas, e comunicação social.
Neste momento, o Sr. Padre António Fontes já não tem paróquias a seu cargo.
Fonte: texto elaborado com base em informações recolhidas em diversos sites