O fabrico tradicional do barrete de lã – Castanheira de Pêra
Conhecimentos Tradicionais do Fabrico do Barrete de Lã
O barrete tradicional é uma peça de vestuário centenária, usada por homens para cobrir a cabeça.
Confecionado em pura lã e forrado com tecido de algodão, era outrora utilizado por camponeses, pescadores, capatazes e campinos nos seus ofícios, correspondendo a cada grupo social uma cor distinta.
Os de cor preta eram os barretes dos camponeses e dos homens das comunidades piscatórias, de acordo com os registos antigos da arte-xávega.
Hoje em dia, continuam a integrar alguns trajes regionais de ranchos folclóricos do centro e sul de Portugal.
A cor vermelha com bordo preto identificava o barrete utilizado pelos capatazes, responsáveis por dirigir os trabalhos nos campos, sendo que a cor viva do adorno servia para marcar a distinção hierárquica relativamente aos homens que trabalhavam sob as suas ordens.
Atualmente, o barrete vermelho não se confeciona porque a profissão de capataz se extinguiu.
O barrete verde com bordo vermelho, utilizado pelos campinos da lezíria ribatejana, tornou-se um símbolo dos grupos da tauromaquia – campinos e forcados –, como recordam os registos fotográficos das “Festas do Barrete Verde” em Alcochete.
O modelo do barrete tradicional, com cerca de 50 cm de comprimento, obedece a uma dupla função, a de agasalhar, proteger do sol e do vento, mas também a de lugar para guardar o tabaco e os fósforos.
O processo de fabrico do barrete mantém-se inalterável.
No primeiro momento do processo, é adquirido o fio de lã e a malha é fabricada num tear circular tradicional.
Depois esta é tratada, lavada e pintada, recortada e colocada em formas para ser seca ao sol, para se obter o seu formato.
Após algumas horas de secagem, ao sol ou em estufa, segue o restante acabamento, que é totalmente manual e artesanal. 1
Castanheira de Pêra
As origens de Castanheira de Pêra estão envoltas em lendas e tradições, revividas nas suas festas e romarias, mas também visíveis no património arquitetónico e etnográfico do concelho.
Os acessos rodoviários pela A1 ou A23 fazem com que seja fácil deslocar-se a Castanheira de Pêra.
No município poderá encontrar diversos equipamentos sociais, de saúde, socioculturais, desportivos e recreativos e escolares que ajudam no bem-estar e comodidade da população e dos visitantes.
A economia do concelho assentou, durante décadas, na indústria de lanifícios.
No entanto, uma grave crise na indústria, que levou ao encerramento de várias fábricas, levou à aposta no setor do turismo, aproveitando os recursos endógenos do concelho como as ribeiras, a Serra da Lousã, o património, o artesanato, a gastronomia, entre outros. (…)
A gastronomia desta região apresenta uma grande variedade de pratos, com base em produções locais.
Destacam-se o cabrito assado, as trutas de escabeche, o serrabulho, o queijo e o requeijão, o arroz de cabidela de cabrito, os bolos de erva-doce e o mel de urze típico da Serra da Lousã. 2
Fontes: 1 “Saber ser – Saber fazer – O Património Cultural Imaterial da Região Centro” | 2