Minho e Douro Litoral – Guia de audição
Minho e Douro Litoral – Guia de audição
1.- Rusga ao Senhor da Pedra (Feira, 1944) . Viola portuguesa, cavaquinho, flauta e bombo
Uma das formas musicais mais características da região, aqui utilizada com a função de canto de romaria.
2.- Ó Ana, se bem me queres (Ponte de Lima, 1980)
Exemplo valiosíssimo das velhas modas de terno minhotas, a quatro vozes, cantadas durante os trabalhos do linho, nomeadamente as espadeladas.
3.- Vira (Barcelos, 1985) – Concertina
Talvez a dança mais característica do litoral norte. Solista e coro masculino a duas vozes. Quadras de sabor brejeiro.
4.- Romance da Claralinda (Cinfães, 1977)
Romance novelesco do amor adúltero, que noutras regiões conhece outras designações. Cantado em modo menor.
5.- Chula de Baião (Baião, 1993) – Viola portuguesa, rabeca chuleira, dois violões, bombo, ferrinhos
A mais antiga e típica dança duriense. De salientar o protagonismo e virtuosismo da rabeca chuleira, instrumento em vias de extinção.
6.- Eu hei-de-ir ao S. João (Arouca, 1977)
Forma típica de polifonia duriense a duas vozes, designada por canta.
7.- Encomendação das Almas (Ribeira de Pena, 1985)
Canto às almas do Purgatório, com melodia modal e de sabor arcaico.
8.- Chula (Póvoa de Lanhoso, 1979) – Flauta de cana
9.- Senhor da Serra
(Feira, 1994)
Canto de romaria, modal, a duas vozes (o que é raro).
10.- Tirana (Gaia, 1994) – Viola portuguesa e violão
Canção bailada de ritmo ternário.
11.- Terço da Quaresma (Feira, 1994)
Curiosíssima forma de cantar o terço durante a Quaresma. Solo masculino com resposta de coro feminino a duas vozes.
12.- Chula (Monção, 1985) – Concertina e castanholas
Recolhida ao vivo na romaria da Senhora da Peneda.
13.- Canção do Loureiro (Barcelos, 1980)
Canto polifónico a quatro vozes, tipicamente minhoto. Entoado nos trabalhos agrícolas (sachador do milho, espadeladas do linho).
14.- Quadrilha (Cinfães, 1977) – “Harmónio”
Dança muito divulgada na região duriense.
15.- Cantiga da Segada (Castro Daire, 1977)
Canto de trabalho em forma de desafio ou despique. Melodia de chula intercalada com os apupos dos segadores.
16.- São João (Ponte de Lima, 1979)
Riquíssimo exemplo de moda de terno minhota, a quatro vozes.
17.- Malhão (Felgueiras, 1992) – Viola portuguesa e vozes
Uma das mais marcantes modas bailadas do Entre-Douro-e-Minho.
18.- Canção da Madanela (Cinfães)
Cântico religioso utilizado nos campos durante a Quaresma.
19.- Chula Velha (Ponte de Lima, 1980) – Viola portuguesa, violão, concertina e cavaquinho
Note-se a excelente execução do cavaquinho.
20.- Senhora Aninhas (Cinfães, 1977)
Típica canta duriense a suas vozes, executada durante os trabalhos agrícolas.
21.- Amentar das Almas (Ponte de Lima, 1980)
Rude interpretação de um canto modal às Almas do Purgatório.
22.- Chula de Paus (Resende, 1978) – Guitarra portuguesa, dois violões, dois violinos, bombo
Belíssimo exemplar de chula duriense, tocado só por cordofones.
23.- Bendito (Caminha, 1980)
Canto litúrgico, modal a duas vozes.
24.- Romance de D. Silvana (Ponte de Barca, 1980)
25.- Cana Verde Antiga
(Celorico de Basto, 1985) – Violões, bandolim, violinos, guitarra e cavaquinhos
Versão instrumental, só de cordofones, da conhecida moda bailada.
26.- Cântico da Quaresma (Cinfães, 1977)
Cântico litúrgico a duas vozes, utilizado nos campos durante a Quaresma. Tessitura aguda.
27.- Pregão das Almas (Cabeceiras de Basto, 1985)
Curiosíssimo pregão de exortação à reza pelas Almas do Purgatório.
28.- Abaixai-vos, Carvalheiras (Cinfães, 1978)
Canta duriense entoada nos trabalhos agrícolas na época das festas de S. João, particularmente nas segadas.
29.- Chula (Paredes de Coura, 1980) – Concertina e vozes
De notar o timbre e colocação da voz feminina.
30.- Canto dos Reis (Barcelos, 1979)
Narração da viagem dos Reis Magos até ao Presépio de Belém, num canto polifónico de sabor arcaico.
31.- Senhora do Sameiro (Barcelos, 1980)
Canto de romaria a quatro, chegando a atingir cinco vozes. Também entoado nos trabalhos do campo.
32.- Moda de Zés-Pereiras (Ponte de Lima/Barcelos, 1980) – Gaitas-de-foles, tarolas e bombos
Registada ao vivo na Festa do Anjo da Guarda, em Arcozelo, Ponte de Lima.
Fonte: José Alberto Sardinha, in “Portugal – raízes musicais”, vol.1 – edição do JN – 1997 (texto editado e adaptado)