Maneiras de pôr o lenço na cabeça | Entre Douro e Minho

Maneiras de pôr o lenço na cabeça

Há várias maneiras de pôr o lenço na cabeça:

1.- Atado por baixo do queixo, com as pontas atadas ou amarradas (Viana do Castelo – amarrar o lenço à lavradeira).

Também se pode usar  lenço amarrado debaixo do queixo, mas caído para trás deixando a cabeça descoberta (frequentemente, por exemplo, em Braga).

2.- Sobre a cabeça, sem ser atado, ficando solto.

3.- Com uma laçada na nuca e atadas as pontas ao alto.

4.- Passando as pontas por baixo do queixo e atadas atrás (amarrado para baixo); passando as pontas para o alto da cabeça (amarrado para cima).

5.- Dobrando o lenço e enlaçando-se as duas pontas por baixo do picho (pucho, no Porto) as quais vêm depois atar-se no alto da cabeça, e caindo sobrepostas as duas outras elegantemente para as costas (Braga, Viana, etc.).

As mulheres que têm bom cabelo deixam cair o lenço para os ombros, mas em Ponte de Lima vi as mulheres com lenço na cabeça e no pescoço (figs. 394 – 397)

Lavradeira da Jolda:

– uso do lenço em trabalho, uso do lenço com tempo frio, uso do lenço em passeio

– lenço de Missa

Lavradeira da Jolda - Maneiras de pôr o lenço na cabeça

Informações retiradas de “ETNOGRAFIA PORTUGUESA” – Livro III (texto editado) – José Leite de VasconcelosImagem de destaque

A arquitectura popular no Minho (Soajo)

Sobre Entre-Douro-e-Minho…

Comarca d’Entre-Douro-e-Minho

“No princípio existiu a Comarca d’Entre-Douro-e-Minho que abrangia os atuais distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto e ainda parte dos distritos de Aveiro, Viseu e Vila Real.

Concretamente, a vetusta Comarca d’Entre-Douro-e-Minho englobava no distrito de Aveiro os concelhos de Arouca, Castelo de Paiva, Espinho e Santa Maria da Feira.

No distrito de Viseu incluía os concelhos de Cinfães e Resende.

E, no distrito de Vila Real, parte do concelho de Montalegre que outrora pertenceu ao extinto concelho de Ruivães que foi depois integrado no município de Vieira do Minho.

Entretanto, a reforma administrativa levada a efeito em 1936 subtraiu-lhe uma importante parcela de território para, apesar das afinidades históricas, geográficas e etnográficas, criar artificialmente uma província: o Douro Litoral!

Perante tal divisão, o Minho ficou supostamente reduzido aos atuais distritos de Viana do Castelo e Braga, limitado a sul pelo Douro Litoral.

Não satisfeitos com este fracionamento, eis que sob os mais variados pretextos inventaram o Alto Minho e o Baixo Minho e, no seio destas, uma infinidade de sub-regiões como quem se dedica a promover a cisão do átomo:

– a Ribeira-Lima,

– o Alto Lima,

– o Riba-Minho,

– o Alto Minho Interior,

– a Riba d’Ave

e por aí adiante… até à mais exígua porção de terra!” Fonte (texto editado)