Grupos de Folclore

Grupos de Folclore de outros tempos em Vila Real

Grupos de Folclore de outros tempos em Vila Real

«Ceifeiras de S. Dinis»

(Foto cedida por Edite Santos, de Vila Real)

«Fundado em 28 de Junho de 1938, por Manuel Joaquim Rodrigues, este Grupo percorreu muitas terras, entre as quais se contam: Pedras Salgadas, Vidago, Sanfins do Douro e Vila Real, tendo tomado parte num corteja folclórico que se realizou nesta cidade por ocasião das Festas Centenárias.

Vestiam com elegância e sabiam apresentar-se em público, envergando chapéu de palha enfeitado com espigas e flores, blusa branca, saia preta, meia branca e ao lado uma ceitoira com fitas e um molhinho de espigas.

Os rapazes vestiam calça preta, lenço vermelho no pescoço e ceitoira.

Foi seu ensaiador o Sr. Manuel Joaquim Rodrigues, e por fim o Sr. Álvaro Guerra.

A bandeira que ostentavam nos seus cortejos era verde com a legenda CEGADEIRAS DE S. DINIS.

Transcrevemos a sua quadra predileta:

As Cegadeiras, lá vão, lá vão,
Todas contentes com seu patrão.
Com seu patrão que vem lá da serra,
Lindas Ceifeiras da nossa terra

Os covilhetes são uma especialidade de Vila Real

«Aguadeiras Transmontanas» / Aguadeiras de Vila Real

Aguadeiras Transmontanas - Vila Real

«Este grupo folclórico foi fundado em 1937, por Jerónimo de Sá Pinto e Manuel Pinto, tendo feito brilhantes exibições nas Pedras Salgadas, Sanfins do Douro, Régua e nos Bailes de Carnaval promovidos pelos Bombeiros Voluntários de Vila Real e levados a efeito no Teatro Circo, onde agradaram, tendo sido ovacionados com frenesi.

O seu lindo traje não pode deixar de ser mencionado, pois é digno de ser conhecido por todos os que admiram trajes típicos de grupos folclóricos.

Vestiam saia preta com barrões, blusa branca, colete preto bordado, lenços aos raminhos e uma sogra de fita onde seguravam um cantarinho na cabeça; os rapazes vestiam calça branca, faixa preta, camisa branca com um dístico.

Não tinham versos da região e costumavam cantar os seguintes, que eram os predilectos:

Mal rompe a aurora
Os passarinhos
Soltam trinados
Lá pelos montes,
As Aguadeiras
Com os cantarinhos
Buscando vão
Água das fontes.»

Cavacórios de São Lázaro – Vila Real

«Princezas do Corgo»

Princezas do Corgo - Vila Real

«Este simpático grupo foi fundado em 1932, em meados de Março, por Manuel Ramos, José da Trindade Vilela e Francisco Pinto, rapazes cheio de entusiasmo e vocação. Era um conjunto infantil bem organizado, tendo-se deslocado diversas vezes para várias terras da província.

No ano da sua fundação deslocou-se a Vidago onde fez uma excelente exibição, à qual assistiu a Ex.ma Esposa do Chefe do Estado, D. Maria do Carmo Carmona.

Um jornalista do sul que também assistiu, intitulou este grupo de: “gargantas miúdas com voz de oiro“.

Uma das suas principais canções era:

Ó Vila Real, ó Vila,
Princesa de Trás-os-Montes,
Nos dias que te não vejo
Meus olhos são duas fontes.

Durou pouco tempo este interessantes grupo, cuja bandeira tinha as cores verde e branca, com os seguintes dizeres «PRINCEZAS DO CORGO» Grupo Infantil de Vila Real.

Em Abril de 1938 reorganizou-se o mesmo Grupo com muitas componentes do primeiro, já taludas – lindas mulheres – usando o mesmo traje, que era o seguinte:

– Saia preta com barrões verdes;

– blusa verde com rendas entremeadas, feitas na região;

– chapeuzinho preto com uma roseta verde;

– meia branca e chinelas bordadas;

– coletinho preto todo bordado, constituindo um trajo de grande efeito.

Foram mudadas as cores da antiga bandeira, que passaram a ser branco e vermelho com a legenda «PRINCEZAS DO CORGO» – Grupo Folclórico de Vila Real.

Fez exibições que jamais esquecerão ao povo vila-realense, pois que o conjunto cantava admiravelmente.

Foi extinto devido às componentes se terem afastado por motivo de afazeres profissionais e mudança de situação que, uma a uma as foi privando de poderem continuar no grupo.

Ó Vila Real alegre…

Cantavam uns versos da região, e que foram muito admirados, em todas as localidades aonde se exibiram, e que transcrevemos:

Ó Vila Real alegre,
Ó minha terra, meu lar,
Um dia de ti ausente –
Não me farto de chorar.
Oh magestoso Marão,
Cheio de Neve e de fontes
Quer de Inverno quer de Verão
És o rude guardião
Da gente de Trás-os-Montes.
Terra tão linda mais não pode haver
A saudade nunca finda
Até um dia a perder.
Minha terra! Ó querida Vila Real,
Branca cidade da serra; és o povo
Que orgulha este belo Portugal.»

Trabalhos do linho em aldeias de Vila Real | Ciclo do linho

In «Concelho de Vila Real» – 1943, por Bandeira de Toro