Danças Regionais, Jogos e Modas de Roda
Danças regionais
Nem todas as danças prediletas da nossa gente são tradicionais.
Já o Minueto cortesão, a Gavota e o Fandango espanhol se cantaram e bailaram ente nós no século XVIII, assim como as seguintes danças de salão do século passado:
– a Valsa alemã,
– a Mazurca polaca
– e a Polca boémia,
que influenciaram o melodismo popular, especialmente pelos ritmos.
Ajuntem-se-lhes a Contradança inglesa, a Quadrilha francesa, o Schottish e o Pas de Quatre.
Observe-se no Regadinho, Estalado e noutros bailes mandados, o inventivo do marcador e a simplificação das posições, passos e cortesias à maneira popular.
Assim, ao melodismo coreográfico em voga, por certas épocas e, correntio em todo o país, adaptaram-se várias poesias como, por exemplo, o Noivado do Sepulcro, cantado em tempo de mazurca, “modas da novidade”, como diria velho maiato.
Também ao pífaro sucedeu o acordeão, à viola a guitarra, à rabela de cordas de arame o violino de orquestra.
Isentas de influências estranhas…
Mas, isentas de influências estranhas, sem preocupação vocal, de simplicidade rústica, mais ritmo que melodia, por vezes transição do falado para cantar – e este silábico –, subordinadas a tradicionais motivos melódicos, honestas, ajustadas aos nossos trajes regionais, de alegria comunicativa, nenhumas tão genuinamente portuguesas como os Viras, Malhões, Chulas, Tareios, Vareiras, Verdegares, Caninhas-Verdes, Verdes-Gaios, Bailaricos, e até as Habas Verdes dos mirandeses!
Cada dança rústica tem o seu nome, esquema rítmico e simbolismo realista, quer seja o Malhão leviano, a Farrapeira desmazelada ou apenas nenhuma como o Vira.
De concelho para concelho anotam-se variantes, decalques do motivo tradicional, mas ao distanciarem-se da região originária, amolece o garbo dos bailadores.
Conforme as regiões…
– Para dançar o Vira e Vareiras, o minhoto;
– a Chula, o duriense;
– a Tirana, a gente da Beira-Ria;
– a Farrapeira, os da Beira Alta e Beira Baixa;
– Bailarico e Verde-Gaio, o estremenho;
– Fandango, o ribatejano;
– Saias, os do Alto Alentejo;
– Modas de Balhar, os do Baixo Alentejo;
– para Corridinhos e Mandadores, os algarvios.
O trajar, local – eira ou romaria –, “a pronúncia vulgar de cada província e seus termos dialectais”, a variedade de movimentos, atitudes, instrumentos acompanhadores, tudo isto contribui para tal diversidade típica e demarca como que uma geografia coreográfica.
Além destas danças regionais, não esqueçamos os jogos e modas de roda como:
– Paspalhão,
– Anda a roda,
– Pelo mar abaixo,
– Condessa de Aragão,
– Frade Capucho,
– Padeirinha,
– Caxi-Caxá,
– No alto daquela serra,
– Machadinha, etc.,
algumas ouvidas de lés-a-lés, outras restritas a certas regiões tal como as seguintes
Modas coreográficas:
Carvalhosa e passeado Vinhais
Preto Minho e Douro Litoral
Chula Rabela Barqueiros
Velho e Serra Maia – Matozinhos
Pastorinha Vila da Feira
Vilão e Lambão Estarreja
Estalado Coimbra
Raspadinha Pampilhosa da Serra
Sarilho Pombal
Moda de dois passos Ribatejo
Corridinho da Mourisca Abrantes
Saias Alto Alentejo
Redondinho Santa Margarida do Sado
Marcadinho, Puladinho e Contradança Baixo Alentejo
Topes Vila Verde de Ficalho
Baile de despique Alte
Fonte “Danças Regionais”. Secretariado Nacional da Informação, Mocidade Portuguesa Feminina