«Cancioneiro da Serra d’Arga» – Quadras Populares

«Cancioneiro da Serra d’Arga»

Recolha levada a efeito na Serra d’Arga, nas freguesias de Arga de Cima, Arga de Baixo, Arga de São João e Dem por Artur Coutinho.

Nota explicativa à 3ª edição (extracto)

(…) Com esta edição surge mais uma oportunidade, um registo do que há de mais espontâneo na poesia e no folclore para cantar as esperanças, as ternuras, os ciúmes, os desdéns, as dores da saudade, os costumes, as devoções, as superstições, as agruras da vida, as flores, as plantas, as terras, os topónimos, os trabalhos, os animais, os santos, os “Manéis e as Marias“, as horas, e os dias, as festas e as brincadeiras, as histórias e as tradições, os amores e as paixões…

Quase sempre é anónima esta musa, tão velha como a história da avozinha do tempo dos Celtas

A gente de Dem ou das Argas quando canta, parece subir os cumes dos montes da Serra.

E do alto da Costa do Carvalho, dos Cornos de Manes, do Alto dos Muros, do Penedo do Sino, do Alto da Coroa, do Alto dos Crastros, desafia os vales até se enamorarem e casarem com eles…

O Cancioneiro da Serra D’Arga aí está, e as quadras que nele constam foram todas recolhidas entre 1972 e 1978.

Os bailes que em Dem ou nas três Argas se realizavam, nessa altura, com frequência, nas chegadas e nas saídas dos jovens emigrantes, por ocasião de casamentos, de festas religiosas ou profanas ou qualquer outro motivo para juntar a juventude e passar tempo, cantando e dançando o folclore da região, já não se fazem assim com tanta criatividade e frequência.

Também já não enlevam como naqueles tempos…

Um rescaldo da vida que foi deste folclore pode ainda ser vivido na festa de S. João D’Arga, coração da Serra, em 28 e 29 de Agosto de cada ano.

Esta edição pretende dar continuidade aos objetivos que levaram à primeira publicação deste cancioneiro

Minho – antigas províncias de Portugal

Quadras mítico-religiosas

Eis um rosário de encomendações.

O leitor poderá verificar, através delas, as romarias preferidas pelo povo da região, as principais aspirações e até, muitas vezes, a malícia ou a inocência, a superstição com que se dirigiam aos Santos.

Quadras de saudade

«Quem canta, seu mal espanta», lá diz o rifão popular e muito bem.

Cantigas ao desafio

As cantigas ao desafio eram vulgares em romarias, feiras, desfolhadas, serões, etc. Infelizmente, tudo tende a acabar.

Quadras de queixume

Nas quadras que se seguem, cada uma delas representa uma queixa.

O povo serve-se da poesia para se queixar da sua desventura. Muitas vezes, é ela que acusa o rapaz, outras, é ele que acusa a rapariga.

Quadras de amor

A poesia é tão antiga como o homem. Em cada ser humano existe um poeta e não há nada na vida do homem que não escape aos sentimentos mais profundos da alma. O amor é, agora, o tema.

Artur Coutinho (texto editado)

«Cancioneiro da Serra d’Arga» – Quadras mítico-religiosas

Introdução

O Cancioneiro da Serra D’Arga, que ora sai a lume e para o qual me pediram algumas palavras à guisa de introdução, representa, além de um trabalho metódico e esforçado do seu autor, uma iniciativa muito válida na defesa e preservação do património cultural, expresso na tradição oral portuguesa.

Hoje, fala-se muito de cultura popular, na necessidade imperiosa de a defender, nos abusos e atropelos cometidos contra ela, sobretudo nesta época dominada pela tecnologia e pouca gente possui dados concretos sobre o fenómeno cultural, quer nos antecedentes, quer nas suas implicações de ordem intelectual, moral, religiosa, económica e social.

A cultura, de um modo geral, representa tudo aquilo que o homem produz de válido, como ser pensante.

Neste conceito genérico encaixa-se perfeitamente toda a atividade humana desde os tempos mais recuados da pré-história até aos nossos dias, uma vez que exprima uma resposta eficaz ao desafio lançado ao homem pela natureza.

Sempre que o homem, individual ou coletivamente considerado, põe o seu intelecto e a sua vontade em ação, quer no plano das necessidades, quer no plano dos desejos, torna-se um fabricante de cultura.

O mandato do criador – possuí a terra e dominai-a – constitui o repto mais deslumbrante e mais trágico lançado ao homem.

É que entre o mundo e o homem estabelece-se uma relação dialética que estimula o homem à satisfação das suas necessidades e dos seus desejos, etapa por etapa, sem nunca atingir a plenitude.

O homem idealiza, trabalha, luta e sofre para concretizar os seus sonhos. E quando julga estar na posse do troféu, nova etapa o solicita.

Deste modo, o homem constitui a mola fundamental do motor da história. Mas não só, pois «nas suas escolhas, o homem é condicionado pela sua condição de indivíduo, pelas relações que o ligam aos outros indivíduos com os quais compartilha a sua vida e a natureza mais vasta que o circunda e dentro da qual está incluído». (Bernardo Bernardi, Introdução aos Estudos Etno-Antropológicos, pág. 19, 1979).

«Cancioneiro da Serra d’Arga» – Quadras de Saudade

A cultura

Durante muito tempo, o conceito de cultura andou associado à soma de conhecimentos, de noções, de experiências e homem culto era todo aquele que dominasse bem qualquer assunto.

Em contrapartida, o homem, que nada sabia, era considerado rude, ignorante, inculto. Era este o sentido clássico de cultura.

A cultura, assim considerada, estabelecia barreiras sociais, económicas e, até, religiosas que, não poucas vezes, descambavam em reivindicações dolorosas.

Até nos períodos áureos da civilização grega e romana, os maiores luminares da filosofia e das letras consideravam plebeus todos aqueles que não se dedicassem aos problemas da cultura.

Achavam rebaixante para um homem culto exercer funções inferiores, como o comércio e o trabalho manual, reservadas a plebeus.

Este conceito de cultura penetrou na mentalidade ocidental e, ainda hoje, não faltam homens cultos a defender esta conceção.

Contudo, os tempos vão-se tornando mais permeáveis ao conceito antropológico de cultura.

Foi Edward B. Taylor quem formulou, pela primeira vez, este novo conceito de cultura. Depois de estudar aturadamente as civilizações primitivas atuais, que muitos consideravam selvagens, e de verificar que estes povos, independentemente do grau de civilização ou do estrato social a que pertencem, possuem esquemas mentais, instituições próprias para responder ao desafio lançado pelo mundo, concluiu que cada povo tem a sua própria cultura que urge estudar e respeitar.

E, assim, E. B. Tylor deu a primeira definição de cultura antropológica: «cultura é o complexo unitário que inclui o conhecimento, a crença, a arte, a moral, as leis e todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade» (Bernardo Bernardi, ob. cit., pág. 24).

Nesta ordem de ideias, fácil nos é detetar o interesse manifestado pelos estudiosos em relação à cultura popular.

«Cancioneiro da Serra d’Arga» – Quadras de Queixume

“Nem só de pão vive o homem”

Se é verdade que «nem só de pão vive o homem», também é verdade que «é inútil pregar a estômagos vazios». E o prolóquio latino «primum vivere, deinde filosophare» tem plena actualidade.

Isto quer dizer que uma definição de cultura implica a consideração de fatores que tanto respeitam ao bem do corpo, como ao bem do espírito.

B. Malinowsky diz que numa definição de cultura

«entram os utensílios e os bens de consumo, as cartas orgânicas regulando os diversos grupos sociais, as ideias e as artes, as crenças e os costumes.

Quer se encare uma cultura simples e primitiva, quer uma cultura complexa muito evoluída, necessário se torna deitar mão de um vasto aparelho, por um lado material, por outro, humano e por outro, ainda, espiritual que permita ao homem enfrentar os problemas concretos e precisos que se lhe põem.

Os problemas são devidos ao facto de que o corpo humano é escravo de várias necessidades orgânicas e de que vive num meio que é ao mesmo tempo favorável porque lhe fornece as matérias-primas para transformar e desfavorável porque lhe fornece forças hostis» (une Théorie Scientifique de La Culture, pág. 35 – 36).

«Cancioneiro da Serra d’Arga» – Quadras de Amor

Cultura popular portuguesa

J. Leite de Vasconcelos, ao tentar elaborar um programa de estudo da cultura popular portuguesa, diz-nos que além dos caracteres geográficos, fisiológicos, históricos, inclui

«os costumes que se revelam de modo material, os quais ipso factu refletem a vida intelectual e moral de quem os têm, a saber: artes plásticas (…) industriais e caseiras, tipos de povoações e de edificações, mobília, trajos e enfeites, comidas, utensílios, aprestos de caça, de pesca e de lavoura, etc.;

finalmente, incluirá o FOLKLORE ou as «Tradições Populares», isto é, a superstição (mitologia, religião, magia) literatura (contos, lendas, poesia épica, lírica, teatro, adágios), actos e folganças (festas, danças, música, jogos, etc.)» (Opúsculos, vol. V, Etnologia, pág. 7, 1938 ).

Numa visão clássica da cultura, o povo que, por diversos fatores não tem acesso ao ensino é considerado inculto, ignorante, desprovido de conhecimentos filosóficos e científicos, orientando-se, apenas por formas empíricas de conhecimentos adquiridos no contacto diário com a natureza.

Em contrapartida, as chamadas elites intelectuais, que romperam os fundilho nos bancos das escolas, são consideradas cultas, esquecendo-se que, muitas vezes, «mais vale um ano de tarimba que três de Coimbra».

Numa visão mais ampla da cultura, como acabamos de ver, o povo tem a sua própria cultura que se associa e funde quase sempre com a cultura elitista.

«Iguala-se cultura a saber escolar, como se na prática quotidiano o homem comum não se instruísse, como se o seu saber fosse qualitativamente diferente do outro. Não há gente culta e gente inculta.

A cultura é só uma, tudo o que aprendemos do nascer ao morrer, de nossa invenção ou alheia sentados nos bancos da escola ou da vida». (M. Viegas Guerreiro, Para a História da Literatura Popular Portuguesa, pág. 25, 1978).

«Cancioneiro da Serra d’Arga» – Cantigas ao desafio

Literatura oral e tradicional

Pondo de parte todos os elementos que J. Leite de Vasconcelos apontou para a elaboração de um programa de etnografia portuguesa, à excepção da literatura popular, especificamente a poesia lírica, expressa nos Cancioneiros, vamos tentar explicar, em poucas palavras, o que se entende por literatura oral e tradicional, seus autores e sua importância no contexto cultural português.

Um texto popular tradicional pode ser oral ou escrito.

Assim, há textos que nunca foram escritos, como acontece com a tradição oral que se transmite de pais para filhos, mantendo, quase sempre, o anonimato. Estes textos podem versar temas circunscritos a uma determinada área ou abranger temas mais amplos que se vão modificando e adaptando à medida que são recebidos e assimilados.

Há, contudo, outros textos que primitivamente foram escritos, ou intencionalmente para o povo, ou o povo os assumiu como seus e os transmitiu de geração em geração.

De qualquer maneira, o povo adotou-os, assimilou-os, fazendo deles o seu património. Estes textos, ainda que escritos, sofrem transformações conforme os interesses e as motivações daqueles que os adotam, o contexto geográfico, social e cultural que os rodeiam.

É, por isso, que encontramos versões bastante diferenciadas do mesmo motivo em vários povos e culturas, sobretudo no que concerne aos textos mítico-religiosos, aos romances e autos populares, bem como à poesia lírica.

Estes textos são objeto de especial interesse por parte dos estudiosos. Quanto aos textos orais, convém recolhê-los para evitar que se percam.

Quanto aos escritos, há uma tentativa muito meritória de encontrar os textos originais, não para lhes restituir a forma e conteúdo primitivos, mas para verificar as rotas que seguiram na sua expansão e assimilação.

Interesse começou com o romantismo

Este interesse começou com o advento do romantismo em que escritores, historiadores, estudiosos da arte, etc., se voltaram para o passado, na ânsia de descobrir valores esquecidos, e para o povo, escrínio de virtudes e de cultura.

Assim não acontecia antes, pois autores consagrados manifestaram, muitas vezes, desdém pela poesia popular.

«Logo na primeira metade do século XIII, Martim Soares de quem se diz no Cancioneiro da Biblioteca Municipal que foi «de Riba Limia, em Portugal, e trobou melhor ca todolos que trobarom e asi foi julgado ant, ros trobadores» manifesta seu pouco apreço pela poesia do vulgo ao censurar em seu «confrade, porque os cantares deste interessam o público popular e não o público dos trovadores e das damas». (M. Viegas Guerreiro, ob. cit., pág. 26).

No Renascimento, embora muitos dos artistas, escritores e filósofos saíssem do estrato superior do povo – a burguesia – e manifestassem uma certa simpatia por esta classe social tão desprotegida, não esconderam a sua ponta de desprezo pela arte popular.

Sá de Miranda trata a literatura popular em tom despiciente e António Ferreira «repele a cega gente, de baixos intentos que não pode ascender ao paraíso clássico, onde põe toda a beleza, toda a verdade, toda a virtude».

O mesmo aconteceu com D. Francisco Manuel de Melo e Frei Luís de Sousa. Este último, na descrição da visita do Arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires às terras do Barroso refere a gente bravia de maneiras selvagens e agrestes que o receberam com gritos, danças, cantares e folias.

«Pena é que não se tivessem registado tais cantares e glosas populares. Talvez tanta agressividade de matos se aspirasse o aroma de alguma flor silvestre» – escreve um célebre escritor.

Os cancioneiros a partir do séc. XVIII

A partir do séc. XVIII, surgem cancioneiros onde se recolhem cantigas, romances populares, autos, etc.

Autores, como João de Deus vão-se inspirar nos Arroios cristalinos das montanhas, nas fainas da terra e do mar, no amor simples e agreste das serras, cantando ao som da viola, por entre queixumes e promessas…

Teófilo Braga, Leite Vasconcelos e tantos outros dedicaram parte da sua vida a escutar estas endexas populares e a recolhê-las carinhosamente, como se se tratasse de acolher um amigo ou dar guarida a um filho, vindo de longínquas terras.

Que interesse tem para a cultura este estudo da tradição oral popular?

Texto de M. Viegas Guerreiro

Deixo ao leitor uma página de M. Viegas Guerreiro, por quem nutro a maior admiração:

«Se quiséssemos enunciar por ordem de importância os valores da literatura popular, poderíamos talvez estabelecer a seguinte seriação: estético, histórico, psicológico e filosófico.

Buscam-na, para se distrair, pessoas de todas as idades e especialmente a infância e a juventude.

E, como divertimento, vem a moralidade, o ensino da experiência, que nos vão modelando o carácter enriquecendo o saber.

Os provérbios, por exemplo, não têm outra função. E os artistas aproveitam ainda mais: temas, formas, recursos expressivos, e nela têm, igualmente, fonte abundante de inspiração. (…)

Quem tem ouvido contar contos, anedotas ou cantar ao povo, em lugar e tempo apropriados, há-de ter observado que narrador e ouvintes formam um tudo, que a peça movimenta, provocando emoção e reflexões, que ora se ficam em agitação interior, ora se exteriorizam por meio de gestos, exclamações, risos, comentários.

Estamos, portanto, em face de um fragmento de vida, cujo conteúdo e forma se atualizam, são verdade presente, força dinamizadora, independentemente de os factos serem antigos ou modernos, verosímeis ou inverosímeis.

Há constantes de comportamento que não mudam, que não podem mudar, por sua humana especificidade. (…)

Uma história, um provérbio, uma quadra são elementos culturais que, vivos dentro ou fora de nós, desempenham necessariamente uma função vital no complexo a que pertencem como diria Malinowski.

Na cultura, como organismo vivo, nada está a mais ou sobra, tem cada fração, pequena ou grande, um papel a desempenhar; (…)

Para entender os fenómenos sociais, as instituições, havemos de ter esta certeza e a de que uma total compreensão do presente obriga também ao conhecimento do passado». (M. Viegas Guerreiro, ob. cit. págs. 31, 32 e 33 ).

Lourenço Alves (texto editado)

Nota explicativa (extracto) – Artur Coutinho

(…) Trata-se de uma colectânea de cantigas que, em tempos não muito remotos, eram na maioria adágios, provérbios, adivinhas, encantamentos, desejos, desafios em verso, etc., cantados na região da Serra d’Arga, tanto nos trabalhos do campo, como nas romarias, nos bailes ou nos domingos à tarde.

Algumas destas quadras têm características medievais, não só pelo uso dum certo paralelismo

Milho alto, milho alto
Milho alto, folha estreita
À sombra do milho alto
Namorei uma sujeita

Milho alto, milho alto
Milho alto, folha larga
À sombra do milho alto
Namorei uma casada

Milho alto, milho alto
Milho alto, sem pendão
À sombra do milho alto
Namorei teu coração.

***

Ó que pinheiro tão alto
Com um fio de ouro na ponta
Os teus olhos, menina
Já andam por minha conta

Ó que pinheiro tão alto
Com um fio de ouro no meio
Ó que menina tão linda
Filha de um homem tão feio.

***

Algum dia para te ver
Dava saltinhos na rua
Agora dou dinheiro
Para não ver a sombra tua

Algum dia para te ver
Dava voltinhas no ar
Agora dou dinheiro
Para não te encontrar

mas também pelos arcaísmos nelas usados e, quem sabe, representando conceitos milenários, rolados nas bocas das gentes, através da poesia.

Bom naco de filosofia e de arte populares

É um apontamento curioso para os estudiosos da cultura popular. Aqui fica um naco de filosofia e de arte populares que se vão acabando…

Com o aparecimento da energia elétrica que trouxe inúmeros benefícios à civilização, apareceram a rádio, a televisão e outros afins que vieram, em parte, contribuir para o esquecimento e o desinteresse do povo pela sua própria arte.

Toda a gente tem abundância de novas criações, mesmo a nível de música, seu ritmo e sua letra, em casa, através dos meios de comunicação.

O povo, hoje, tornou-se mais passivo. A máquina faz tudo, enquanto o homem se instala a observar e é óbvio que assim seja.

Antigamente, havia mais tocadores de concertinas, de viola, de cavaquinho, etc.

O povo tinha de encontrar as suas próprias distrações e as cantigas populares eram uma das suas principais predileções, como o conto, as histórias e as lendas contadas nos serões à lareira.

Agora não é necessário fazer-se alguma coisa nesse aspeto, porque tudo está feito e, todos os dias, surgem novidades artísticas. É a lei do menor esforço.

Repositório de quadras populares

Aqui fica este repositório de quadras populares, muitas delas conhecidas por pessoas de idade avançada, porque muitos jovens desconhecem esses valores antigos, para os preservar.

Trata-se de um trabalho modesto, diga-se de passagem, com algumas lacunas, mas creio que muito prestável aos estudiosos da literatura, do folclore, da história, da toponímia e da etnografia em geral.

Resolvi distribuir as quadras por temas, dispondo-as por ordem alfabética.

Quanto aos temas (religião, queixume, saudade, desafio e amor) é sempre um problema difícil de resolver sem um certo subjetivismo, para o qual gostaria de prevenir os leitores.

Agradeço a todos os que me ajudaram, especialmente ao querido povo da Serra d’Arga, ao meu bom amigo e colega Dr. Lourenço Alves e ao Centro de Estudos Regionais, que tanto ânimo me deram para a publicação deste trabalho.

Artur Coutinho (textos editados e publicados com a devida autorização do autor da obra)