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“As Saias” – modas coreográficas do Alto Alentejo

As “saias”  modas coreográficas

SAIAS – A moda das saias é uma dança popular bailada principalmente pela gente do Alto Alentejo mas também bailada em algumas regiões do Ribatejo, da Beira Baixa, da Beira Litoral, da Estremadura, da Beira Alta e do Douro Litoral.

Contudo, repetimos, é mais característica do Alto Alentejo e das terras interiores da Beira litoral e do Ribatejo – precisamente daquela região que outrora pertenceu à Estremadura (Tomar, Pombal, Ansião, Figueiró dos Vinhos, Chão de Couce, Avelar, etc.), é uma dança sincopada e, às vezes, com marcador.”

(Tomás Ribas | Danças do Povo Português – Ministério da Educação Nacional.

As “Saias” abaixo transcritas foram enviadas pelo Sr. Lino Mendes, de Montargil. Todos os versos são fruto de “recolha” e alguns dos mesmos terão sido “espontâneos”.

Cada quadra é cantada da seguinte maneira: cantam-se todos os versos seguidos- Depois o 3º e o 4º e por fim o 1º e o 2º.

Ou então – depende da melodia, pois a mesma não é específica — cantam-se a 1ª e a 2ª (e repete-se) e depois a 3ª e 4ª (e repete-se).

Saias (1) – Montargil

Todos

Adeus Vila de Montargil
Não és vila nem cidade,
Mas és um rico cantinho
Onde mora a mocidade.

Homem

Menina que tanto sabe,
Diga lá o seu saber,
Uma camisa bem feita
Quantos pontos vem a ter.

Mulher

Quantos pontos vem a ter
Vou-lhe já expelicar,
Nem é mais e nem é menos
Dos que lhe querem prantar.

Homem

Estas raparigas de hoje
Igualzinhas são às de ontem,
Albardá-las e mandá-las
Com um cântaro à fonte.

Mulher

Estes rapazes de agora
Estes que de agora são,
Albardá-los e mandá-los
à serra buscar carvão.

Homem

Canta lá ó prima ó prima
Canta prima tu mais eu,
Canta lá ao teu amor
Que ó prima eu canto ao meu.

Mulher

Anda cá meu preto, preto
Meu torradinho do sol,
Quanto mais preto mais fino
Quanto mais fino melhor

Homem

Menina que tanto sabe
Faça-me esta conta bem,
Um moio de trigo limpo
Quantas meias quartas tem?

Mulher

Falaste no trigo limpo
Mas não me falas no joio
Quatrocentas e oitenta
Meias quartas tem o moio.

Todos

As ondas do teu cabelo
Nelas me deito a afogar,
É pra que saibas amor,
Que há ondas sem ser no mar.

Saias (2) – Montargil

Todos

Adeus Vila de Montargil
Não és vila nem cidade,
Mas és um rico cantinho
Onde mora a mocidade.

Homem

Menina que tanto sabe,
Diga lá o seu saber,
Uma camisa bem feita
Quantos pontos vem a ter.

Mulher

Quantos pontos vem a ter
Vou-lhe já expelicar,
Nem é mais e nem é menos
Dos que lhe querem prantar.

Homem

Estas raparigas de hoje
Igualzinhas são às de ontem,
Albardá-las e mandá-las
Com um cântaro á fonte.

Mulher

Estes rapazes de agora
Estes que de agora são,
Albardá-los e mandá-los
à serra buscar carvão.

Homem

Canta lá ó prima ó prima
Canta prima tu mais eu,
Canta lá ao teu amor
Que ó prima eu canto ao meu.

Mulher

Anda cá meu preto, preto
Meu torradinho do sol,
Quanto mais preto mais fino
Quanto mais fino melhor

Homem

Menina que tanto sabe
Faça-me esta conta bem,
Um moio de trigo limpo
Quantas meias quartas tem?

Mulher

Falaste no trigo limpo
Mas não me falas no joio
Quatrocentas e oitenta
Meias quartas tem o moio.

Todos

As ondas do teu cabelo
Nelas me deito a afogar,
É p’ra que saibas amor,
Que há ondas sem ser no mar.

Saias (3) – Montargil

Todos

Montargil terra tão linda,
ficas no alto da serra.
Pra mim és melhor ainda
só porque és minha terra.

Mulher

Falaste-me em namoro,
com uns calções de cotim,
julgavas tu meu maroto
que eu te dizia que sim.

Homem

A lua vai de mansinho
Pelo céu cor de anil,
não deixes por um instante
o povo de Montargil

Mulher

A fita do meu chapéu
dá um nó me sete voltas,
quem namora às escondidas
vai pró céu às cambalhotas.

Todos

No beiral do meu telhado
corre água em Abril,
pra começar o serão
vai um viva a Montargil.

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