Artesanato: trajes regionais – figurado de Barcelos

Trajes regionais – figurado de Barcelos

Enquanto os homens se dedicavam a “trabalhos mais honrosos”, as mulheres das freguesias de Santa Maria de Galegos e de S. Martinho de Galegos, do concelho de Barcelos, dada a existência, na região, dos depósitos de argila indispensáveis ao artesanato cerâmico, realizavam trabalhos de criação e reprodução do chamado figurado, peças de barro com representações de pessoas, coisas e animais os mais variados.

Durante o inverno, de sol a sol, cada uma em sua casa produzia o mais que podia, para poder levar às feiras que se aproximavam, por esse país, o resultado de um trabalho persistente que havia de contribuir, positivamente, para a economia doméstica.

As barristas de Barcelos estiveram sempre na Feira Franca, a Feira de S. Mateus, de Viseu, com muito sucesso; e os meninos da região conseguiam uns tostõezitos para um pretinho da sorte, um pífaro de quatro buracos, um boneco com assobio, um rouxinol, um cuco…

 

 

E que dificuldade para a escolha! Tantas maravilhas ali em frente e só cinco tostões para o negócio.

Já os mais velhos, ou os de mais teres, dispunham de horizontes mais largos: as ocarinas, as cornetas, os santos, os andores, o homem da cruz, os dos pendões, os músicos das procissões e dos arraiais, os participantes nas festas e romarias.

E, mais tarde, com a evolução destas tarefas e a transformação do artesanato em arte popular conseguida pela evolução das capacidades de alguns elementos de famílias hoje famosas daquelas aldeias, surgiram obras de verdadeira criatividade: as bruxas, o diabo e outras figuras curiosas em que os criativos presépios ocupam lugar de relevo.

 

 

Quanto aos trajes regionais de Portugal, também foram representados por estas barristas.

Assim, vestiram as diversas regiões do nosso país, do continente à Madeira e aos Açores.

Não terão grande rigor etnográfico, mas assinalam uma interessante alínea da cultura tradicional e popular dos portugueses.

Fonte: Museu de Silgueiros – Centro de Documentação Etnográfica