A arte da olaria da Bajouca – Leiria
A arte da olaria da Bajouca
A arte do barro nasceu e desenvolveu-se ao longo de muitos séculos, de acordo com as necessidades básicas da humanidade.
O espólio encontrado em escavações no território português documenta o retrato de quotidianos de estratos civilizacionais diversos e anteriores, com peças de barro a serem usadas para cozinhar, comer, beber, servir, armazenar e transportar, para a construção civil e para a religião.
A olaria é uma atividade artesanal da modelação da argila através da movimentação da roda de oleiro, prática que garante maior rapidez, qualidade e uniformidade na produção de peças de uso funcional sobretudo, às quais se agregam pormenores decorativos e artísticos.
Do encontro do barro com as mãos do oleiro surge uma pluralidade de utensílios domésticos, com grande variedade de formas de louças lisas ou esmaltadas e com acabamentos diversos.
A arte da olaria da Bajouca é conhecida pela sua matéria-prima, proveniente do solo argiloso da freguesia, um barro muito fino e de cor clara, qualidades que em tempos esteve na origem de um núcleo com inúmeras oficinas, destacado por ser um dos maiores centros nacionais de produção de olaria. Poucas dessas oficinas estão hoje em funcionamento.
A arte popular oleira da Bajouca permite a promoção não só dessa arte milenar, mas também do valor dos artesãos, do barro da região, do saber-fazer e da sustentabilidade económica e social da localidade. 1
Para ler: Trajo do Monte Real – Leiria | Estremadura
Sobre Bajouca
Bajouca
é uma freguesia do concelho de Leiria, situada a nordeste, e que confronta com o concelho de Pombal.
É uma freguesia rural que se estende numa vasta planície drenada pelas Ribeira da Bajouca e do Penedo e, onde outrora a olaria e a cestaria a par da agricultura e criação de gado eram as principais atividades económicas dos seus habitantes.
Os lugares semeiam-se pontualmente em pequenas aldeias rodeadas de mata composta essencialmente de pinheiros e eucaliptos, com alguns vestígios de olivais abandonados.
As árvores de fruto, principalmente laranjeiras, aparecem um pouco por todo o lado à medida que nos aproximamos das povoações que parecem adormecidas ao sol da tarde, embaladas pelos sons bucólicos dos cães a dar sinal de alerta, dos badalos das ovelhas que pastam indolentes nos campos de pousio ou do toque das Avé-Marias do alto da torre da igreja.
Nos cruzamentos é frequente depararmo-nos com pequenos nichos, padrões de culto aos mortos, designados por Alminhas.
Foi criada em 17 de Dezembro de 1971, desagregando-se da freguesia de Monte Redondo, sendo conhecida pela tradição ancestral de moldar o barro. 2
Fontes: 1 “Saber ser – saber fazer – O património cultural imaterial da região centro” | 2